Sex

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"I had all and then most of you, some and now none of you,"

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Rio despertou no próprio quarto, o ar frio da manhã tocando-lhe o rosto e trazendo uma leve sensação de sufocamento. Com um movimento cuidadoso, ainda se acostumando com o despertar, levou a mão ao rosto, retirando o cateter de oxigênio que lhe envolvia o nariz. Desligou o aparelho ao lado de sua cama com uma leve sensação de alívio, mas o desconforto emocional permanecia. Odiava precisar daquele equipamento, uma lembrança incessante de sua condição, de sua vulnerabilidade. Respirou fundo, hesitante, como se reunir forças fosse um desafio, e enfim, levantou-se.

A cada passo em direção à porta, Rio sentia a exaustão pesar sobre seus ombros. Olhou brevemente ao redor do quarto, como se ali encontrasse uma desculpa para voltar para a cama e se isolar mais um pouco, mas sabia que fugir só adiaria o inevitável. Após reunir coragem, abriu a porta e seguiu em direção à cozinha.

Conforme se aproximava, começou a ouvir o som de vozes – risadas e conversas se entrelaçando de maneira familiar. As vozes eram de Yelena, Kate, Natasha e Wanda, que conversavam animadamente como se a manhã não trouxesse qualquer problema para elas. Rio hesitou por um instante, considerando se deveria ou não aparecer, mas prosseguiu.

Ao entrar na cozinha, as risadas cessaram por um breve momento, e os olhares das amigas recaíram sobre ela. Yelena foi a primeira a notar o semblante exausto de Rio, seguida por Kate, que arqueou as sobrancelhas com uma expressão ligeiramente curiosa.

"Bom dia, Rio!" saudou Kate, com uma gentileza que, em outras circunstâncias, Rio apreciaria.

"Dormiu bem?" indagou Natasha, o olhar atento ao rosto de Rio, como se buscasse captar o que ela não estava disposta a dizer.

Rio apenas murmurou algo indistinto em resposta, sua expressão fechada indicava que não estava no humor usual. As amigas, sensíveis à mudança em seu comportamento, trocaram olhares sutis entre si, notando que algo estava errado.

"Você parece cansada," comentou Yelena, tentando disfarçar a preocupação com um tom casual.

Rio apenas revirou os olhos, desviando o olhar e seguindo até o armário para pegar os remédios de que precisava. Não estava disposta a interagir – a noite mal dormida e as lembranças insistentes do que havia acontecido a deixavam ainda mais exausta. Sabia que o comportamento das amigas era movido por preocupação, mas naquele momento, a ideia de conversar parecia insuportável.

Enquanto tomava os comprimidos, notou Natasha a observando com uma expressão séria e preocupada. Natasha permaneceu em silêncio por alguns instantes, mas, vendo que o humor de Rio não melhorava, decidiu intervir.

"Rio, está claro que tem algo te incomodando," disse Natasha, sua voz tranquila mas firme. "O que está acontecendo?"

Rio hesitou, a mão ainda segurando o copo de água. Olhou para Natasha, depois para as outras, que aguardavam silenciosamente uma resposta. Em outros dias, talvez sorrisse ou tentasse disfarçar, mas naquele momento, o peso em seu peito parecia grande demais para continuar escondendo. Baixou o olhar, deixando as palavras escaparem de forma quase involuntária.

"Eu... eu beijei Agatha," confessou, a voz dela saindo quase num sussurro, mas suficientemente alto para que todas ouvissem.

Por um instante, o silêncio tomou conta do ambiente, como se cada uma das amigas processasse a revelação. Então, Kate soltou uma risada curta, com uma expressão de satisfação no rosto.

"Finalmente!" disse Kate, com um sorriso animado.

"E como foi?" perguntou Yelena, com os olhos brilhando de curiosidade.

Echoes Impermanentae - Agathario Onde histórias criam vida. Descubra agora