DESTRUCTION | Clexa

• A Vilã da História •

Lexa Woods

Meus olhos desviam para a porta trancada por um cadeado nos fundos da cozinha. A curiosidade em saber o que tinha depois da madeira me fez caminhar com passos calmos até o local, no entanto, não pude fazer nada além de encará-la com as mãos frias. Meu peito subindo e descendo de forma descontrolada estava me deixando angustiada demais para fazer algo.

"Não devia ser nada..." Era o que eu pensava, na tentativa de fazer com que minha mente se calasse diante de mim mesma. Eu não podia desconfiar de minha esposa, ela era o meu amor e eu não deveria pensar que ela estava mentindo para mim. Mas a curiosidade não diminuia com tais pensamentos.

- Heda? - me viro no mesmo instante quando ouço uma voz grossa atrás de mim.

- Nirin - dou um pequeno sorriso ao homem de cabelos grisados.

- A Rainha à chama - me informou, fazendo um sinal para o andar de cima.

- Eu irei... - me viro para a porta novamente, sentindo o Gona se aproximar.

- Está tudo bem? - encaro seus olhos curiosos, mas não respondo e procuro arranhar minha própria pele atrás de me acalmar.

- Consegue abrir essa porta sem chamar atenção de ninguém? - aponto para o cadeado, mas Nirin não consegue entender de imediato - Por favor.

Era um pedido de Lexa, não dá comandante, e Nirin ao perceber, concordou gentilmente. Fiquei perto da porta da cozinha esperando que o pai de Costia abrisse a porta com algumas ferramentas da cozinha. Esperei pacientemente enquanto olhava para o corredor a fim de ver se alguém se aproximava.

Até no momento em que um barulho de metal se choca no chão, me fazendo soltar um suspiro aliviado. Corri até a porta e abri com meu coração saindo pela minha boca. Ao abrir, dou de cara com uma escuridão sem fim, seguindo uma escada feita de pedras que guiava para o porão.

- Heda? Você vai descer lá? - o homem entende minhas intenções.

- Preciso checar algo.

- Então deixe-me ir para me certificar que fique segura - pediu com os olhos esperançosos, o que me fez assentir em concordância, mesmo sabendo que eu poderia me proteger sozinha.

Não espero que ele caminhe até mim e começo a descer as escadas até a escuridão do porão que me levara. Nirin demorou em torno de alguns segundos para descer e quando se aproximou, percebi estar agarrado com uma tocha. Seus passos duros mostravam o medo que ele tanto carregava ao me seguir, mas fingi não perceber e continuei em silêncio.

Me sentia perdida no breu do porão, com apenas uma adaga em meu bolso ao lado de um homem que nem sequer podia confiar. Nirin foi pai de Costia, mas nada o impedia de fazer algo contra mim. Além do mais, Clarke estava longe o bastante para me encontrar caso algo ocorresse.

- Não há nada aqui, comandante - ouço o homem dizer, me fazendo olhá-lo com indignação.

- Não pedi que viesse - seu recuar me fez ficar mais calma - É melhor você su-

Sou interrompida por um barulho de ferro estridente se colidindo com o chão. Fico em silêncio no mesmo instante e começo a caminhar em direção ao som que vinha dos fundos do lugar apertado. Meus olhos dão de cara com uma grade cinzenta e enferrujada, grades enormes que prendiam um Ser humano caído no chão, semi nu, no fundo do lugar minúsculo e sujo.

- Pelos Deuses... - ouço o sussurro de Nirin, no qual olhava para a situação da mulher em choque.

A imagem da mulher magra e de cabelos grisalhos era assustador. Seu corpo desnutrido nos fundos da grade, de costas para nós, sentada com os braços agarrados às suas pernas finas, mostrando a nós o frio que sentia. Eu estava horrorizada, e não consegui emitir minhas expressões quando o rosto pálido se virou para mim.