Capítulo 12.

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Pedro Tófani.
Segunda-Feira, 29 de junho.

Estou com o João no hospital enquanto seus amigos não chegam para ficar com ele, ele está tomando soro na veia e depois vai passar no psiquiatra.

— Você sabe que não vai voltar pro café hoje, né?! – digo.

— Percebi isso mesmo... você vai dar conta sozinho? Qualquer coisa a gente fecha mais cedo.

— Tá tranquilo, a parte mais corrida já passou. – o tranquilizo – Vamos fazer um acordo? – proponho a ele depois de pensar um pouco. Estou realmente preocupado com o João, mas sei que ele não gosta de dar trabalho para as pessoas, mesmo não sendo incômodo algum.

— Depende, o que é? – questiona curioso.

— Quando a Gio chegar eu vou voltar pro Mania e você vai me avisando como estão as coisas por aqui – introduzo – Aí, se precisar, quando você receber alta eu venho te buscar pra te levar em casa.

— Não precisa, o Renan tem carro, ele me leva. – João diz, me tranquilizando.

— Tá bom. Então quando você estiver em casa me avisa, aí quando o turno acabar eu passo lá pra ver como você está e liberar o Renan e a Gio, pode ser?

— Pode, não preocupa. – diz suspirando – Só estou um pouco cansado.

— Aproveita pra descansar agora então, eles devem chegar daqui a pouco.

— Vou tentar. Obrigado, por tudo. – João diz sorrindo pra mim e junta nossas mãos.

— Fiquei preocupado. – digo em um tom baixo e suspiro. — Você caiu nos meus braços, João. – recordo a cena – Foi desesperador.

— Imagino mesmo, mas agora está tudo bem! – ele diz sorrindo fraco e entrelaçando nossos dedos.

— Sim, tudo bem. — repito baixinho, mais para mim mesmo do que para ele — Agora vai descansar.

João Romania.

Estou deitado embaixo das cobertas assistindo "MasterChef", meu programa de televisão preferido, com meus gatos deitados comigo. A pouco tempo atrás a Gio e o Renan ainda estavam aqui. Pedro me mandou mensagens inúmeras vezes perguntando se estava tudo bem e se eu precisava de algo, achei muito fofo da sua parte.

Em sua última mensagem ele falou:

📲"Acabei de fechar o café, tudo mais que certo por aqui".
18h03

📲"Posso passar aí?"
18h03

Queria muito a sua companhia, então falei com os meus amigos que estava cansado e iria dormir. Acho que fui muito convincente pois eles logo entenderam e foram pra casa, mas não sem antes me fazer prometer ligar se algo acontecer e eu precisar de ajuda.

Eles ainda não sabem sobre o Pedro, acham que somos apenas amigos.

O que, por enquanto, não é mentira, né!?

Tomo um banho, para ficar cheirosinho e dou uma arrumada em algumas roupas que estavam jogadas. Volto para debaixo das cobertas e continuo assistindo o meu programa preferido, já deixei avisado na portaria que o Pedro viria.

Ouço a campainha tocar e vou em direção a porta.

— Oi! – sorrio quando o vejo.

— Oi, trouxe comidinhas e suco. – Fala sorrindo ainda mais e dou passagem para que ele entre.

— Antigamente você trazia vinho, Palhares. – digo rindo da situação.

— Hoje a circunstância é atípica. – diz me acompanhando até o meu quarto – Como você está?

Mania | pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora