GOOD LUCK, BABE - Satzu

18 - O que aconteceu com Sana?

Já estávamos na casa, e agora cada uma estava sentada em sua cadeira, e a mesa que antes estava vazia e silenciosa voltou a ser preenchida por sons de risadas altas e brincadeiras de todos novamente.

Ou quase todos.

A ausência das outras não era mais tão desagradável, a presença das minhas amigas não deixava com que meus pensamentos fossem para muito longe, e eu tentava focar somente nelas, e não no sentimento de vazio e o aperto no peito que eu sentia quando sem querer meu olhar parava nos lugares que não estavam ocupados.

E seguiu assim até que terminássemos o jantar e nos sentássemos na sala de estar. Pus minha cabeça novamente no colo de Jihyo enquanto as minhas pernas repousavam em cima das de Dahyun, e as duas me acariciavam.

Fiquei quieta tentando escutar atentamente a conversa das mulheres que estavam sentadas no sofá à minha frente, percebendo que a cada segundo meus olhos começavam a pesar e se fechar lentamente. Tentei inutilmente lutar contra o sono que me dominava.

Mas era difícil não sentir sono com os carinhos que estavam sendo feitos em mim.

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5 anos atrás

Um mês. Um mês se passou desde que tudo aconteceu, e a cada dia que passava eu me sentia ainda mais confusa e perdida com tudo ao meu redor.

Sana e eu nos afastamos desde o ocorrido em minha casa, e eu ainda lembro de escutar os burburinhos dos alunos na escola dizendo o quão irritada Miyeon estava pela japonesa estar tão próxima a mim.

Eu não sabia como havia chegado aos ouvidos da coreana que Sana havia dormido em minha casa, mas sabia que a líder de torcida não queria me ver nem pintada de ouro na sua frente.

E eu definitivamente não iria fazer isso.

Alguns estudantes começaram a fazer piadinhas, colando bilhetes escritos "Você irritou a pessoa errada" no meu armário, ou então pichavam "Tzuyu vadia escrota" nas cabines dos banheiros, junto de outros xingamentos. Eles cochichavam e riam sempre que eu passava nos corredores e às vezes colocavam o pé na minha frente para que eu tropeçasse.

Fui de garota fantasma, para a vadia odiada em 2 meses.

E Sana? Bom, nos primeiros dias a japonesa agiu tão docemente comigo que eu pude acreditar que ela realmente gostava de mim. Seu grande sorriso quando me via fazia as borboletas no meu estômago se agitarem desesperadamente, como se a qualquer momento elas fossem rasgar minha barriga e sairem para fora.

Mas foi quando em um fatídico dia em que o professor de matemática finalizou suas aulas mais cedo — coisa que ele nunca fazia normalmente — que eu vi a japonesa e a líder de torcida nos corredores da escola discutindo fervorosamente.

Elas não perceberam minha presença ali e a todo momento Sana tinha sua cabeça baixa para os murmúrios de Miyeon — Eu espero que você tenha entendido Sana — A Cho vosciferou enquanto punha sua mão no queixo da Minatozaki, erguendo a cabeça da mesma para que a olhasse nos olhos. Me escondi atrás do bebedouro quando a líder de torcida passou por mim e escutei as lamúrias de Sana, a morena desferiu um chute forte no armário atrás de si, fazendo com que eu me assustasse com o barulho do estrondo.

Seu rosto estava vermelho, seus punhos cerrados, seu peito subia e descia rapidamente e seus olhos permaneciam fechados. A todo momento ela passava suas mãos em seus cabelos, em um ato de ansiedade

Tentei me aproximar dela assim que a outra se afastou, mas a japonesa pareceu se assustar com a minha presença e andou em passos largos para longe de mim, me deixando completamente confusa com sua ação.