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POV ANAHÍ Rio de Janeiro, Brasil

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POV ANAHÍ
Rio de Janeiro, Brasil

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Está tudo certo, né? Eu estou bem?

Respiro fundo e seguro o assento do avião com um pouco mais de força.

– Sí, Annie, estás bien, eee... estás hablando sola... así que tal vez no estés al cien por ciento. Teniendo en cuenta las circunstancias, estás casi ok.

(tradução: Sim Annie, você está bem, eee... você está falando sozinha... então talvez não esteja cem por cento. Levando em conta as circunstâncias, está quase ok.)

O problema é que estamos passando por uma turbulência. Não sou expert em aviões, mas sei que isso não me parece um bom sinal.

Respiro fundo, tentando me concentrar, quando sinto o avião começar a estabilizar. A turbulência, aos poucos, vai diminuindo até desaparecer por completo.

– Ok, ahora sí está todo bien de verdad. - penso, tentando convencer a mim mesma.

(tradução: Ok, agora está tudo bem de verdade)

Passam-se cerca de 30 minutos, e finalmente sinto o avião começar a descer para o pouso. As luzes da cidade do Rio de Janeiro surgem pela janela, brilhando contra o céu escuro. O piloto anuncia nossa chegada, e um alívio toma conta de mim. Nunca estive tão ansiosa para colocar os pés no chão.

Assim que o avião toca a pista, espero pacientemente o momento de desembarcar. Ao sair, sou recebida pelo calor típico do Rio, o contraste perfeito para o ambiente fechado e controlado do avião.

Lá na frente, uma equipe já me espera com a chave de um carro. Prático e direto, e sem demora, me entregam a chave do veículo.

– Está tudo pronto, senhorita. - diz um dos funcionários, me entregando a chave.

Pego a chave e dou um sorriso de volta, sem muita energia para formalidades. Só aceno com a cabeça e vou direto pro carro, querendo mais é chegar logo ao destino.

Dei partida e comecei a dirigir até a casa do meu melhor amigo.

Agora, estou numa estrada sinistra do RJ que eu não conheço e estou me dando conta de que essa ideia foi ridícula. Eu deveria ter pedido pra alguém vir me buscar.

Olho a tela do celular e vejo o ícone de sem sinal e tenho certeza que tomei uma péssima decisão. Agora provavelmente pode ser que eu vire tema de mais um documentário de true crime.

Ah, não, mas quem diria! O carro começou a fazer um barulho e está sacudindo.... literalmente sacudindo.

– ¡No, no, no! ¡No hagas eso conmigo ahora¡ - imploro para o carro, que eu não faço ideia de qual marca ou modelo é.

Mexican Girl - Gerson SantosOnde histórias criam vida. Descubra agora