POV ANAHÍ
Rio de Janeiro, Brasil⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
O gelado não vai embora. Ele volta até a minha janela e, com um braço apoiado em cima do vidro, chega mais perto e diz:
– Essa fumaça não é um bom sinal. Você precisa sair do carro. Prometo que não vou te machucar, mas vai acabar se machucando se o carro pegar fogo. Juro que sou uma pessoa de confiança.
– Isso é exatamente o que um assassino diria antes de matar alguém.
– Você conhece muitos assassinos?
Gelado 1 x 0 Anahí.
Dou um sorriso e tento parecer o mais simpática possível.
– Desculpa, mas... você pode só ir embora? Sério, não quero ser grosseira, só que... você está me deixando um pouco nervosa.
– Se eu for embora, você vai sair do carro?
– Agora não mesmo! Aliás, de onde você surgiu?
Ele faz um movimento com a cabeça que indica o outro lado do meu carro.
– Você está na esquina da entrada do meu condomínio.
Ah. Bacana. Por que ele simplesmente não disse que mais pra frente tem civilização? Eu iria lá e pediria ajuda, ué.
– Acho que já sei a resposta, mas... você quer ir comigo e ligar para alguém?
Dou uma risada tão alta que eu acho que ele se assusta.
– Desculpa. Não. Obrigada... mas não.
– Tudo bem. Como quiser. Se precisar de alguma coisa e acabar decidindo que eu não sou um assassino, vou estar bem ali.
Ele faz um gesto na direção de um carro e se endireita. Observo ele andar pela rua até seu carro e desaparecer. Depois que ele fecha a porta, suspiro aliviada (ou não) e me afundo no banco do carro, tentando não me estressar com essa lata velha. Está um calor do cacete aqui dentro, e ainda por cima estou faminta, preciso muito fazer xixi e provavelmente o Ariel vai ficar decepcionado de manhã quando perceber que eu não apareci no compromisso.
Eu não estou bem. Definitivamente não está tudo bem.
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Mexican Girl - Gerson Santos
FanfictionÀs vezes, os melhores momentos surgem dos piores imprevistos.