Cap 25: O Pacto do Sangue

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Fazia mais de 30 minutos que andávamos.  Adam, sempre competitivo, sugeriu com um sorriso:

— Que tal uma corrida até lá?

Akeno riu, ajustando suas botas.

— Está desafiando a pessoa errada, Adam.

Posicionei-me ao lado deles, sentindo a familiar adrenalina de um desafio amigável.

— Prontos? — perguntou Keiko, assumindo o papel de árbitra. — Preparar... já!

Disparamos pela estrada, nossos passos rápidos levantando poeira. Keiko, com sua agilidade sobrenatural, rapidamente tomou a dianteira, enquanto Adam, Akeno e eu nos esforçávamos para acompanhá-la. A paisagem passava em um borrão, e em questão de minutos, avistamos as muralhas imponentes de Nersath.

Ao nos aproximarmos do portão principal, uma força invisível nos repeliu, lançando-nos de volta. Antes que pudéssemos reagir, uma figura etérea materializou-se diante de nós.

— Bem-vindos a Nersath. — disse o ser, sua voz ecoando como um sussurro no vento. — Sou Esfim, o guardião deste portal. Para entrarem, devem resolver um enigma.

Assentimos, preparados para o desafio.

— Ouçam com atenção: "Eu falo sem boca e ouço sem ouvidos. Ninguém me vê, mas existo. O que sou eu?"

Ponderamos a charada, cada um mergulhado em pensamentos. Após alguns momentos, Akeno ergueu a cabeça, um brilho de compreensão em seus olhos.

— É um eco. — declarou com confiança.

Esfim sorriu, satisfeito.

— Correto. Vocês demonstraram sabedoria. Podem entrar.

Com um gesto, a barreira invisível desapareceu, e os portões de Nersath se abriram diante de nós. Enquanto cruzávamos a entrada, senti uma mistura de excitação e apreensão pelo que nos aguardava nesta cidade enigmática.

Estar dentro de Nersath era… estranho. O ar parecia pesado, mas ao mesmo tempo vibrante, como se estivesse carregado de energia. Não era uma cidade normal. As ruas eram limpas demais, as casas enfileiradas, perfeitas demais. Mas havia algo errado. Nenhuma alma à vista, nenhuma janela aberta, nenhum som além do sussurro do vento que percorria as vielas desertas.

— Pelo visto, as pessoas dessa cidade não moram aqui. — disse Keiko, quebrando o silêncio com sua voz firme.

— Onde elas moram, então? — perguntou Adam, a curiosidade evidente.

Akeno olhou ao redor, observando cada detalhe até que seus olhos pousaram na brecha ao longe, uma espécie de fenda no meio da cidade, com um brilho azul-violáceo emanando de seu interior.

— Talvez lá dentro. — respondeu ela, com a calma de quem sempre analisa antes de agir.

Sem outra opção, avançamos em direção à fenda. Assim que passamos por ela, o mundo mudou. Deixamos para trás as ruas vazias e entramos em algo completamente diferente, quase surreal. Era um reino mágico. O céu não era azul, mas pintado com tons de verde, roxo e dourado, formando uma aurora boreal que se movia lentamente, como se dançasse ao som de uma música invisível.

Ao nosso redor, criaturas aladas voavam, algumas semelhantes a pássaros, outras com formas que desafiavam a lógica. O chão era coberto por grama de um verde vivo que brilhava levemente, como se absorvesse a luz da aurora.

— Isso é incrível… — murmurei, ainda tentando entender o que estávamos vendo.

Ao longe, um imenso castelo ergueu-se, suas torres pontiagudas tocando quase o céu colorido. Era feito de uma pedra negra e reluzente, cercado por uma muralha alta com detalhes dourados.

Reapers: Ameaça nas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora