Cap 49: Nova Batalha

1 1 0
                                    

A vastidão daquele mundo devastado parecia me desafiar a cada passo. O silêncio ao meu redor era ensurdecedor, mas minha mente estava inquieta. Procurar os três restantes - Kaelorr, o Rei da Agonia; Sylian, o Arquiteto da Ilusão; e Zehrath, a Consumidora de Almas - não estava sendo tão simples quanto encontrar os outros. Eles eram diferentes. Mais calculistas, mais evasivos.

- Onde estão? - murmurei para mim mesmo, enquanto sobrevoava o cenário arruinado, meus olhos verdes brilhantes vasculhando qualquer traço de energia que pudesse denunciá-los.

Sem respostas visíveis, optei por um meio mais direto. Conectei-me telepaticamente com a Morte. Era algo que eu raramente fazia, mas agora, parecia necessário.

- Morte - chamei, minha mente atravessando dimensões em busca dela. - Onde eles estão?

A resposta veio como um sussurro que reverberava em minha mente, carregada com a familiaridade fria de sua presença.
- Eles estão no planeta dos Ceifadores, Tatsuo.

Meus olhos se estreitaram enquanto meu coração se apertava por um instante.
- No planeta dos Ceifadores? Por que estariam indo pra lá?

- Parece que rastrearam o fragmento de energia que ainda flui pelo seu corpo - respondeu ela. - Afinal, o corpo que você usa agora é apenas uma materialização do que você já foi. O rastro é suficiente para atraí-los.

Por um momento, o peso dessa informação pairou sobre mim. Eles estavam indo para o lugar onde tudo começou para mim - onde Felix me levou, onde aprendi sobre meu papel como Ceifador. Se eles fizessem algo lá, seria o fim de qualquer equilíbrio que ainda restava entre os mundos.

- Posso usar todos os meios necessários? - perguntei.

A Morte respondeu com um tom quase divertido.
- Use sua criatividade, Tatsuo.

Não precisei de mais nada. Um instante depois, desapareci em um flash, atravessando dimensões até chegar ao planeta dos Ceifadores.

A paisagem do planeta era exatamente como eu me lembrava - vastas planícies negras cortadas por rios luminosos de energia, como veias pulsando com a essência da Morte. Era um lugar que emanava poder e tranquilidade ao mesmo tempo.

Mas havia algo mais ali. Algo familiar.

- Mestre!

A voz cortou o ar, e antes que eu pudesse me virar, L surgiu ao meu lado, flutuando. Ele parecia exatamente como antes, com aquela aura inconfundível de lealdade e força. E claro, a abóbora na cabeça dele.

- Você está vivo... Graças à Morte, você está vivo! - exclamou L, seus olhos brilhando com um alívio genuíno.

Eu o observei por um instante, antes de assentir lentamente.
- Não estou exatamente vivo, L. Ainda não.

Ele parecia confuso, mas não questionou. Em vez disso, flutuou ao meu lado, como se nunca tivesse desaparecido.
- Então... o que vamos fazer agora?

Antes de responder, meus olhos se fixaram em algo distante. Meu novo corpo, minha energia, me permitia ver além do que os olhos normais podiam alcançar. E, por um breve momento, vi todos eles. Keiko, Adam, Akeno, Felix, Stephanie, Ronny... e, é claro, Ayumi.

Meu coração pesou ao vê-los, mesmo à distância. L percebeu minha mudança de expressão.
- Você não vai falar com eles, mestre?

Suspirei, desviando o olhar.
- Ainda não é o momento, L. Não enquanto essa missão não estiver completa. Quando eu terminar de matar os últimos três, então eu falarei com ela. Com todos eles.

L assentiu, sem mais perguntas. Ele sabia que, quando eu tomava uma decisão, dificilmente ela mudava.

Preparando-se para o Confronto

Reapers: Ameaça nas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora