Sullivan, com uma expressão de alívio e gratidão, terminou de escrever sua carta, dedicando algumas linhas à sua amada esposa, para tranquilizá-la sobre seu paradeiro e seu estado de saúde. Ao seu lado, Amelie estava sentada, sentindo o peso crescente de sua barriga. A proximidade do nascimento de sua filha trazia consigo uma mistura de ansiedade e expectativa para ver o pequeno rosto que em breve mudaria suas vidas para sempre.Com a carta pronta, Sullivan se sentou cuidadosamente, ainda dolorido, mas em paz por ter um meio de se comunicar com sua família. Vaelor, com precisão e cuidado, pegou um de seus pássaros treinados e amarrou a carta. Após um sussurro de instruções, o soltou. O pássaro, ágil e determinado, levantou voo, desaparecendo entre as árvores na direção da cidade dos anões.
Enquanto o dia se desvanecia e a clareira ficava cada vez mais sombria, Vaelor acendeu pequenas luzes ao redor da casa, que emanavam uma luz suave e calorosa. Depois de verificar a segurança ao redor, ele recitou novamente o encantamento de proteção. As palavras antigas soaram como uma melodia calma, mas poderosa, que reverberava na clareira. Sullivan, mesmo sem entender o significado, percebeu a solenidade e a força daquele ritual, e reconheceu em silêncio que aquelas palavras carregavam séculos de sabedoria e proteção.
Vaelor entrou em casa, seu semblante relaxando ao encontrar Amelie mergulhada em seu livro. Ele se aproximou e, com carinho, beijou sua cabeça. Amelie ergueu os olhos e sorriu suavemente, aconchegando-se na tranquilidade daquele momento. O tempo passava devagar, e a noite se aproximava, trazendo consigo o familiar som da floresta, uma sinfonia que envolvia a pequena casa e todos que ali estavam.
Aquela noite parecia mais segura, e, ainda que houvesse receios e incertezas, havia também uma cumplicidade silenciosa entre eles—um acordo não dito de proteger e confiar uns nos outros.
Com o passar dos dias, a recuperação de Sullivan progredia bem. Sua força voltava pouco a pouco, e ele já conseguia se movimentar sem tanto esforço. Para Vaelor e Amelie, essa melhora era um alívio. A presença do anão, antes um risco incerto, agora se tornava uma companhia que eles haviam aprendido a valorizar.
Uma manhã, Amelie se aproximou de Sullivan, notando seu semblante mais animado.
-Vejo que está cada vez melhor,- ela disse, sorrindo gentilmente.
Sullivan retribuiu o sorriso, com um brilho de gratidão nos olhos.
-Sim, estou cada vez mais forte, graças a você e a Vaelor,- respondeu, refletindo por um instante antes de continuar, com um tom entusiasmado. - Gostaria de retribuir a ajuda que me deram. Farei algo de bom grado para sua futura filha.
Os olhos de Amelie brilharam com a sugestão, e ela assentiu com um sorriso genuíno.
-Obrigada,- disse ela, contente com o gesto do anão. Vaelor, que observava a interação de longe, também sorriu, sentindo-se mais à vontade com a presença de Sullivan em sua clareira protegida.
A confiança entre eles estava se solidificando, e a promessa de Sullivan de fazer algo para a filha que estava por vir parecia um símbolo da amizade que, mesmo nascida de um momento de necessidade, crescia aos poucos em meio à serenidade daquela floresta.
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Elvenheart ("Coração Élfico)
FantasiaEnquanto amelie seguia os rastro de sangue, um arrepio percorreu seu corpo. Havia algo profundamente errado ali, e sua intuição lhe dizia para voltar, para se mater segurança. Mas a curiosidade pulsava dentro dela, uma voz insistente que a empurrava...