Quando chegou a hora de Sullivan partir, Vaelor decidiu que o melhor seria que ele tivesse um cavalo para o trajeto. Agradecido, Sullivan não apenas aceitou o presente, mas também demonstrou sua gratidão com um abraço sincero em Vaelor. Era um gesto que revelava o respeito e a amizade que haviam surgido entre eles.Amelie, já acostumada com a presença de Sullivan, teve dificuldade em conter suas emoções. Seus olhos estavam marejados, e, ao ver isso, o anão se aproximou dela com um sorriso compreensivo beijou sua mão, um gesto tanto de agradecimento quanto de respeito.
-Eu não os esquecerei,-ele disse, prometendo que um dia voltaria para trazer um presente para a filha e rever seus novos amigos
Antes que Sullivan se afastasse, Vaelor recitou um encantamento de proteção sobre ele, uma luz suave envolvendo o anão por alguns instantes, assegurando-lhe proteção contra os perigos da jornada. Com a bênção de Vaelor e as palavras de despedida de Amelie em mente, Sullivan partiu cavalgando entre as árvores densas e altas, rumo ao caminho de volta para sua cidade.
Enquanto Sullivan desaparecia pela floresta, Amelie e Vaelor ficaram ali, assistindo até que ele sumisse por completo, certos de que, de alguma forma, seus caminhos haviam se cruzado por um propósito maior.
Com a partida de Sullivan, a vida na clareira retornou ao ritmo sereno e conhecido de Vaelor e Amelie. Eles retomaram suas tarefas diárias, cuidando da casa, preparando alimentos e mantendo a clareira protegida. Mas havia algo de novo no ar, uma expectativa silenciosa, um sentimento crescente de alegria e ansiedade enquanto aguardavam o momento em que finalmente veriam o rosto de sua filha. O futuro parecia mais próximo e cheio de promessas, enquanto o casal se preparava para dar as boas-vindas à nova vida que logo faria parte de sua história.No último mês de gravidez, Amelie sentia o peso da barriga crescer e, junto com ele, uma ansiedade constante que a deixava inquieta. A clareira, antes cheia de vida com suas caminhadas e caçadas diárias, agora era um lugar de repouso e preparação. Vaelor, atento às necessidades de sua esposa, redobrou seus cuidados. Ele assumiu a responsabilidade pelas tarefas diárias, mantendo a proteção da casa e assegurando que Amelie estivesse confortável e segura.
Apesar de sua dificuldade em se mover, Amelie encontrava conforto na companhia de Vaelor, que sempre estava por perto, segurando suas mãos, sussurrando palavras de encorajamento e certificando-se de que tudo estivesse em ordem. Juntos, viviam aqueles últimos dias como uma contagem regressiva silenciosa para um novo começo, onde a expectativa era de uma nova vida que logo chegaria para completar seu pequeno mundo.
Os ventos agitados e o sussurro da floresta naquela noite não eram os únicos sinais de que algo estava errado. Vaelor, sentado em sua cadeira, sentia um peso opressor no ar, um aviso silencioso de que a tranquilidade de sua casa estava prestes a ser interrompida. Ele estava tenso, cada músculo preparado para reagir ao menor indício de perigo.
O som de passos suaves na varanda captou sua atenção. Seu coração acelerou enquanto ele se levantava com cuidado, tentando não fazer barulho. Com uma agilidade silenciosa, Vaelor espiou pela janela, mas nada viu. A floresta ao redor permanecia quieta, mas aquela quietude não o confortava; ela apenas intensificava sua inquietação.
Foi então que ele ouviu passos acima dele, no telhado. Era um som distinto, pesado, mas cauteloso. Instintivamente, Vaelor percebeu que aquilo não era um animal, nem algo natural para aquela floresta intocada. Seus olhos se estreitaram, e ele imediatamente pensou em Amelie, na fragilidade de sua condição e no perigo que poderia se aproximar.
Sem hesitar, ele correu em direção ao quarto, o coração disparado pela urgência. Ao abrir a porta com rapidez, o que viu o deixou em estado de alerta absoluto: uma figura envolta em roupas negras estava de pé, à beira da cama, onde Amelie descansava. Por um instante que pareceu eterno, Vaelor e o intruso se encararam, como dois predadores prestes a atacar.
Vaelor não hesitou. Seus instintos gritaram para proteger sua esposa e sua filha ainda não nascida. Com um movimento rápido, ele invocou uma lâmina de energia mágica em sua mão, brilhante e afiada, enquanto se preparava para enfrentar aquela ameaça desconhecida que ousava invadir seu santuário.
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Elvenheart ("Coração Élfico)
FantasyEnquanto amelie seguia os rastro de sangue, um arrepio percorreu seu corpo. Havia algo profundamente errado ali, e sua intuição lhe dizia para voltar, para se mater segurança. Mas a curiosidade pulsava dentro dela, uma voz insistente que a empurrava...