Sempre Juntas

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Os anos passaram como folhas levadas pelo vento, e Elenor cresceu com a mesma força e graça que seu pai sempre sonhara. Aos 17 anos, ela já era uma jovem cheia de vida, criada como parte da família de Sullivan e Miranda. Ao lado de Hanna, que se tornara sua fiel amiga e irmã, Elenor encontrou um lar, amor e um mundo onde podia se sentir segura, mesmo sem saber sobre o passado misterioso que envolvia sua origem.

As duas jovens eram inseparáveis, e suas personalidades complementares as tornavam uma dupla formidável. Elenor, com seus traços élficos e espírito livre, tinha uma curiosidade voraz e um talento inato para se meter em confusões. Hanna, por sua vez, era perspicaz e rápida em encontrar soluções, mas não resistia à adrenalina das aventuras que Elenor trazia. Com esse dom para confusões, ambas viviam sendo chamadas ao conselho do vilarejo, onde o ancião frequentemente franzia as sobrancelhas e tentava, sem muito sucesso, convencê-las a ser mais prudentes.

Sullivan e Miranda, a cada convocação, apenas trocavam olhares cansados, mas com sorrisos disfarçados, sabiam que era impossível conter o espírito indomável das meninas. No fundo, sentiam um orgulho imenso de Elenor, que se tornara uma jovem tão peculiar quanto corajosa, sempre com um brilho no olhar e a habilidade de transformar qualquer situação rotineira em uma aventura memorável.

Apesar de serem chamadas a atenção com frequência, Elenor e Hanna estavam sempre prontas para outra escapada, vivendo cada dia como se fosse um capítulo de uma história épica que elas mesmas escreviam. E assim, sob os olhares protetores de Sullivan e Miranda, o vínculo entre Elenor e Hanna se fortalecia, como um elo inquebrável que as uniria em qualquer jornada que o futuro lhes reservasse.

Na árvore mais antiga do vilarejo Elenor, com seu espírito livre, se balançava entre os galhos como uma criatura que pertencia à árvore tanto quanto à terra. O vento acariciava seus longos cabelos, e seus olhos brilhavam com a curiosidade do mundo que ela ainda não conhecia. Ela adorava aquele lugar, o topo da árvore antiga, onde podia observar o vilarejo e além dele, os campos e florestas que sempre a fascinavam. Era ali que ela se sentia em paz, distante da agitação do dia a dia e das expectativas que pesavam sobre seus ombros.

Do chão, Hanna olhava para cima com um misto de preocupação e frustração, mas ao ver o sorriso largo de sua irmã, não conseguia deixar de sorrir também. Elenor era uma força da natureza, sempre atraindo olhares, seja pela sua ousadia ou pela sua energia incontrolável. Mas, ao mesmo tempo, era impossível negar o magnetismo que ela tinha, o jeito como fazia tudo parecer uma aventura, até mesmo os pequenos desafios do dia a dia.

-Nora, você vai cair! - Hanna gritou, a voz agora mais suave, mas cheia de carinho.

Elenor inclinou-se para frente, agarrando-se firmemente aos galhos, e gritou de volta com um sorriso brincalhão.

-Eu não vou cair! E se cair, vou voar!

Hanna rolou os olhos, mas não conseguiu esconder o sorriso. Sua irmã tinha esse jeito de fazer até os momentos mais preocupantes parecerem uma brincadeira. Ela sabia que Elenor sempre estava em busca de algo, algo maior, algo que estivesse além do vilarejo, além dos limites do que todos conheciam.

-Você é impossível, Nora, sabia disso? - Hanna disse, com uma risada suave, cruzando os braços.

Elenor sorriu ainda mais, mexendo-se para descer, com a agilidade de um gato, e saltou com um leve toque de seus pés sobre o tronco. Ela se aproximou de Hanna, seu sorriso sempre contagiante, e disse, em tom de brincadeira:

- Impossível? Você é quem não arrisca nada, irmãzinha. Se não sair da sua zona de conforto, nunca vai saber o que está esperando por lá!

Hanna revirou os olhos, mas não pôde deixar de rir. Ela sabia que, por mais que sua irmã fosse audaciosa, havia algo dentro dela que a fazia admirar a coragem de Elenor, e, em certo ponto, queria ser como ela: livre, corajosa e, acima de tudo, fiel ao próprio espírito.

Hanna hesitou por um momento, mas o sorriso de Elenor era como um feitiço que a fazia esquecer todas as preocupações. Ela respirou fundo e, com um suspiro resignado, começou a escalar a árvore, seus pés alcançando os galhos mais baixos.

— Só não me faça cair, Nora. — Hanna disse, já começando a rir com a sensação de estar junto de sua irmã em sua pequena aventura.

Elenor, sempre atenta, se inclinou mais para frente, segurando firmemente os galhos com suas mãos ágeis. Ela sabia que sua irmã tinha um pouco de medo, mas também entendia que, quando estavam juntas, poderiam conquistar qualquer coisa — até mesmo o topo daquela velha árvore.

Com um último esforço, Hanna finalmente chegou ao topo e sentou-se ao lado de Elenor. As duas olharam para o vilarejo abaixo, o vento tocando seus rostos e os raios dourados do sol da tarde iluminando suas expressões. Elas estavam no lugar mais alto do vilarejo, como duas corujas, observando o mundo ao seu redor. E naquele momento, nada mais importava além da vista e da companhia uma da outra.

— Eu ainda não entendo como você consegue ficar tão calma aqui em cima. — disse Hanna, olhando para o horizonte. Ela ainda sentia um pouco de vertigem, mas o sorriso de Elenor fazia com que qualquer medo se dissipasse.

— Porque o mundo lá embaixo é muito pequeno, Hanny. Aqui em cima, tudo parece... possível. — Elenor respondeu com um sorriso sonhador, seu olhar fixo nas árvores que se estendiam até onde os olhos podiam ver.

Elas permaneceram ali, juntas, compartilhando aquele momento de silêncio, onde o único som era o farfalhar das folhas ao vento, como se o tempo tivesse parado para elas.

Elvenheart ("Coração Élfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora