Os minutos se passava e o medo e a incerteza corroía em ambos. Cada minutos parecia uma eternidade. Mas então a porta se abre e o mesmo ser maligno entra feito um vulto.Vaelor se posicionou diante da porta, protegendo Amelie com seu corpo. O ser encapuzado permanecia imóvel, apenas o sorriso frio e a voz amarga o revelavam como a mesma figura que havia invadido seu quarto horas antes. A aura sombria que o envolvia parecia absorver a luz ao redor, tornando a escuridão da noite ainda mais opressiva. Vaelor apontou seu cajado, e o brilho das runas iluminou a sala com uma luz suave, mas determinada.
-Você de novo?-Vaelor perguntou, sua voz controlada, embora o coração batesse com força. Ele sabia que o ser não estava sozinho. A floresta ao redor, que antes era seu lar seguro, agora sussurrava com presenças ocultas, uma ameaça que ele sentia em cada folha que balançava ao vento.
O estranho inclinou levemente a cabeça, os olhos brilhando em um tom vermelho, quase animalesco.
-Ah, Vaelor,eu vim por você, não consegui conter minha ansiedade.-A voz dele era um sussurro cortante, carregada de uma antiga malícia.
Amelie, atrás de Vaelor, segurava o braço dele com força. Ela sabia que não deveria falar, não deveria atrair a atenção, mas o medo pela segurança de sua filha era um peso esmagador em seu peito. Vaelor, sentindo o aperto dela, respirou fundo, reunindo toda a sua força e foco.
-Eu não sou mais o que você procura, Vaelor respondeu, com uma firmeza que mascarava seu nervosismo.
-Eu deixei tudo isso para trás. Não há nada aqui para você.O ser deu um passo à frente, e a madeira da casa rangeu sob seu peso, como se até mesmo o chão sentisse sua presença nefasta.
-Há algo aqui que você nunca poderia deixar para trás, Vaelor. Algo mais precioso do que a vida. Ele olhou para Amelie por um momento, e então seu sorriso se alargou.Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Vaelor canalizou sua magia, recitando um feitiço em uma língua antiga. Uma barreira de luz dourada brilhou entre ele e o intruso, forçando a figura a dar um passo atrás. Mas o ser apenas riu, uma risada seca e cruel.
-Pensei que você tivesse se esquecido das suas antigas habilidades, Vaelor,-o ser zombou, observando a barreira com um olhar desdenhoso. -Mas não importa. Esta casa está cercada. E não importa o quanto você lute, seu destino já foi selado.
Vaelor sentiu o peso das palavras do intruso e sabia que precisava agir rápido. Seus olhos se estreitaram, sua mente trabalhando rapidamente enquanto tentava avaliar a situação. Amelie estava atrás dele, segura por enquanto, mas por quanto tempo? Sua filha estava prestes a nascer, e o medo de perder tudo o que amava o deixava em um estado de alerta como nunca antes.
-Você não vai pôr as mãos na minha família,-Vaelor disse, sua voz saindo como uma promessa sombria. Ele concentrou sua energia no cajado, preparando-se para lançar um feitiço que poderia, ao menos, dar a Amelie uma chance de escapar.
O ser o observava, como se estivesse apenas esperando por esse momento.
-Então venha, Vaelor,-ele disse, sua voz agora ecoando como um trovão suave.
Mostre-me o que o último guardião da linhagem é capaz de fazer.Vaelor lançou um olhar para Amelie, que o encarava com olhos arregalados, mas cheios de confiança. Ela assentiu, sabendo que qualquer hesitação poderia ser fatal. Segurando firmemente o cajado, Vaelor deu um passo à frente, determinado a lutar pelo seu lar, pela sua esposa e pela filha que ainda não havia conhecido.
Ele estava pronto para enfrentar as sombras de seu passado e proteger a luz de seu futuro—por mais sombria que fosse a ameaça à sua frente.
A criatura não recuou diante do cajado de Vaelor; seu sorriso apenas se alargou, revelando dentes afiados e olhos brilhando como brasas. Uma energia sombria irradiava dela, como se estivesse alimentada pelo medo e pela tensão no ar.
A voz rouca e fria ressoou mais uma vez: -Você acha que pode me deter, Vaelor?
O elfo sentiu a tensão nos músculos enquanto mantinha o cajado firme contra o pescoço da criatura. Ele sabia que Amelie estava correndo para salvar a si mesma e a sua filha, mas ele também sabia que não poderia deixar aquele ser escapar de seu controle.
-Você não entende,-Vaelor respondeu, sua voz baixa e ameaçadora. -Eu faria qualquer coisa para proteger minha família.
A criatura riu de novo, uma risada carregada de crueldade.
-É por isso que você está fadado a falhar, Vaelor. Seu amor é a sua fraqueza.Mas Vaelor não hesitou. Ele recitou um novo feitiço, mais poderoso, mais antigo, algo que ele havia jurado nunca usar novamente. O cajado brilhou com uma luz intensa e pura, e a criatura começou a se contorcer sob a pressão da magia.
-Você não conhece o verdadeiro poder do amor,- Vaelor murmurou, sua voz carregada de uma fúria contida. Ele canalizou toda a sua energia para conter a criatura, seus olhos focados e determinados, mas no fundo, o medo pelo que poderia estar acontecendo com Amelie queimava como um fogo crescente.
Enquanto isso, Amelie corria pela clareira, seu corpo pesado pela gravidez, o coração disparado, sentindo o frio da noite em sua pele. Ela não queria deixar Vaelor, cada passo parecia um tormento, mas sabia que precisava seguir em frente. Precisava proteger sua filha, o bem mais precioso de sua vida.
Ela correu até onde a floresta se adensava, a mente fervilhando de pensamentos e orações silenciosas para que Vaelor conseguisse resistir. Lágrimas corriam pelo seu rosto, mas ela se forçou a ser forte. Mesmo sem querer, ela sabia que precisava confiar nele.
De volta à casa, a criatura lutava contra o poder do feitiço de Vaelor. A luz começou a consumir as sombras ao redor, e por um instante, o semblante do ser tremeu. Mas então, com um movimento brusco, a criatura quebrou o contato com o cajado, empurrando Vaelor para trás com uma força sobrenatural.
Vaelor cambaleou, mas se firmou no chão. Ele sentia o cansaço em seus ossos, o peso de ter abandonado uma vida de magia para proteger o que mais amava. Mas ele não podia ceder. Não agora.
-Você não vai tocá-la!- Vaelor gritou, preparando-se para o próximo embate. Ele sabia que seu poder real estava sendo limitado pela presença de Amelie, mas com ela agora fora de alcance, ele poderia liberar toda a sua força.
A criatura se virou, pronta para avançar, mas parou ao ver a determinação no olhar de Vaelor. Por um instante, houve uma pausa, como se ambos compreendessem que o verdadeiro teste estava apenas começando.
O ar ficou pesado, o silêncio se tornou ensurdecedor, e o destino daquela noite parecia pender na balança entre a luz e a escuridão.
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Elvenheart ("Coração Élfico)
FantasíaEnquanto amelie seguia os rastro de sangue, um arrepio percorreu seu corpo. Havia algo profundamente errado ali, e sua intuição lhe dizia para voltar, para se mater segurança. Mas a curiosidade pulsava dentro dela, uma voz insistente que a empurrava...