Cárcere Doméstico - Wenclair

Laços Eternos

Pov: Tyler.

A primeira vez que percebi que algo estava errado com Wednesday foi quando ela simplesmente desapareceu. Não se tratava apenas de uma ausência física; era como se uma parte do ar que respirávamos tivesse sido tragada junto com ela. Wednesday não era uma garota qualquer; ela era a personificação de um mistério, uma força da natureza que atraía todos ao seu redor. Sua presença, intensa e envolvente, iluminava até os cantos mais sombrios da Academia Nevermore. A ideia de que ela poderia simplesmente desaparecer era absurda e, ao mesmo tempo, aterrorizante.

As Primeiras Buscas:

A busca começou logo após seu desaparecimento, e me vi imerso em um frenesi de perguntas e incertezas. A cidade, antes vibrante, agora parecia coberta por uma névoa densa de ansiedade e desespero. Os rumores se espalhavam como uma epidemia de medo, enquanto cada nova informação parecia apenas aumentar a confusão. A polícia rapidamente se envolveu, e grupos de voluntários começaram a se reunir, percorrendo cada canto da cidade, chamando seu nome em uníssono como se isso pudesse trazê-la de volta.

Lembro-me de olhar para aqueles rostos ao meu redor: alunos da Nevermore, amigos, até mesmo estranhos que se uniram na esperança de encontrar Wednesday. A cena era desoladora, com pessoas segurando cartazes que estampavam seu rosto. A imagem era um lembrete constante do que havíamos perdido. Cada vez que via um desses cartazes, uma dor aguda cortava meu coração, e a realidade do que estávamos enfrentando se tornava insuportável.

As noites eram as mais difíceis. O silêncio da cidade parecia amplificar a falta de Wednesday. Lembro-me de caminhar pelas ruas, junto a outros alunos, chamando seu nome como se ele fosse um feitiço poderoso que pudesse trazê-la de volta. "Wednesday! Wednesday!" Nossas vozes se misturavam, criando um eco agonizante que reverberava nas paredes da cidade. Cada esquina que virávamos, cada sombra que avistávamos, alimentava uma esperança tenra, como um fogo lutando contra o vento.

Nos momentos mais sombrios, quando o desespero parecia dominar, eu me pegava lembrando de pequenas coisas que tornavam Wednesday única. O jeito como ela desafiava a lógica com seu humor peculiar, como suas palavras cortantes escondiam uma sensibilidade profunda. Ela era como um quebra-cabeça cujas peças nunca pareciam se encaixar, mas que, de alguma forma, formavam uma imagem extraordinária. Sentia falta até mesmo de suas provocações, das conversas carregadas de sarcasmo que, de alguma maneira, eram o seu jeito de se conectar.

Conforme os dias se transformavam em semanas, a realidade se tornava cada vez mais cruel. A cidade estava cheia de rostos familiares, mas naquele momento, todos pareciam estranhos, perdidos em sua própria tristeza. A vida continuava ao nosso redor, mas eu não conseguia me mover. Era como se o tempo tivesse parado, congelado em uma angústia interminável.

A incerteza era um veneno, corroendo a esperança que tentávamos manter viva. E enquanto continuávamos a procurar, uma pergunta ressoava em minha mente: como alguém tão vibrante e cheio de vida podia simplesmente desaparecer? A verdade era que, sem Wednesday, o mundo parecia um lugar menos mágico, mais sombrio, e eu estava determinado a fazer tudo o que fosse possível para trazê-la de volta.

As Câmeras de Segurança:

Com o tempo, as câmeras de segurança de várias ruas da cidade começaram a revelar fragmentos de uma história que não queríamos ver. Lembro-me da primeira vez que assisti aos vídeos que a polícia analisou, a sensação de apreensão crescendo em meu peito. Cada imagem parecia um golpe, uma facada no meu coração. Wednesday aparecia sozinha, caminhando pelas ruas desertas à noite, como uma sombra errante em busca de algo que ela mesma não conseguia encontrar. Sua figura era uma dança de solidão, e eu me perguntei o que teria feito com que ela se sentisse tão perdida.