Capítulo 2

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JIMIN

Tive uma péssima noite de sono, cheia de pesadelos.

Embora não me lembrasse exatamente do que sonhei, recordava que foram terríveis.

Sempre fui carente.

Primeiro, por não ter família.

Cresci em um orfanato e minha única família era Miran, minha melhor amiga.

Na fase adulta, tentei me envolver com muitos homens em busca de conforto, carinho ou um acalento.

Isso nunca deu muito certo, resultando sempre em um coração angustiado.

Uso "angustiado" porque nunca amei ninguém a ponto de dizer que foi "quebrado".

— Angustiado não, apenas cansado, não é meu bebê gostoso? — Ele mexeu os bracinhos e seus lábios se curvaram em um pequeno sorriso. — Está com saudades da mamãe? — Meus olhos arderam só de lembrar dela. — Eu também estou, mas agora somos apenas nós. Nós contra o mundo, e por isso... — Peguei-o no colo. — Você precisa ficar quietinho aqui. — Coloquei-o no berço que a senhora Heejin havia conseguido para mim. — Papai virá te ver. — Entreguei-lhe um brinquedinho e ele o chacoalhou.

A dona do bar tem sido um anjo para mim.

Além de me oferecer um quarto para morar, também me deu um emprego explicando que é temporário, pois sua funcionária havia tido um bebê e voltaria em alguns dias.

Aceitei, pois o dinheiro desse emprego, junto com as gorjetas, seria de grande ajuda enquanto não encontrava outra oportunidade.

— Você está péssimo, Jimin. — Minha patroa soltou uma risadinha. — O bebê não dormiu direito à noite?

— Dormiu sim, é que eu tive alguns pesadelos. — Expliquei.

— Hoje a Luna vem com os amigos dela. — Luna era a outra funcionária. — O bar ficará lotado, pois quando os garotos do Sul vêm para a cidade, as garotas gostam de vir paquerá-los.

— São muito bonitos esses garotos? — Indaguei curioso, enquanto lavava algumas panelas.

— Não é que sejam bonitos, é porque eles são muito reclusos na aldeia. Então, quando as pessoas da cidade veem os carros deles parados na frente do bar, vêm olhá-los.

Paramos de conversar quando um casal entrou.

Enxuguei as mãos em uma toalhinha e fui atender os novos clientes que pediram um suco e um petisco.

Era uma cidade muito simples e o único bar era esse, então vivia movimentado.

Além de bebidas alcoólicas, havia músicas, lanches e, por ser comandado por uma mulher, era bem acolhedor.

Pelo menos eu pensava assim.

— Você vai gostar da Luna. Estou pensando em contratar vocês dois. Você é muito simpático, Jimin. — Sorri agradecido, pois seria muito bom. Poderia alugar uma casa, contratar uma pessoa para ficar com Ian... — Fui verificá- lo, está brincando. — Falou sobre o bebê.

— Obrigado, Heejin. Não sei como agradecer, muito obrigado por toda ajuda...

— Eles chegaram. Veja. — Ela indicou alguns rapazes que entravam pela porta.

— Uau. — Ouvi a risada dela ao meu lado.

— Bom, diga você, são bonitos?

Avaliei os quatro rapazes que entraram e a moça que parecia ter a mesma idade.

Predestined for Human (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora