Capítulo 9

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JUNGKOOK

Era sexta-feira e teríamos fogueira, considerei ser uma ótima ideia para apresentá-lo a todos.

Luna sugeriu buscá-lo, mas não aceitei.

Sei que meu comportamento o irrita, e, graças ao tempo que passo com eles como lobo, já entendi que há algo em seu passado que o deixa na defensiva.

Todas as tardes os visito e fico até anoitecer, escuto suas queixas, risadas e vejo sua intimidade, meu lobo rosna ao vê-lo.

No comportamento humano, não é aceitável vê-lo nu, mas não consigo resistir e admirar o quanto ele é fisicamente lindo e como gostaria de lamber toda sua pele após o banho.

Também tenho passado as noites ao redor da casa dele, não quero deixá-los sozinhos.

O lobo sente o perigo e não me permite afastar, seria mais fácil se ele me aceitasse como humano, como me aceita como lobo.

Buzinei na frente da casa dele e esperei que ele saísse, ele trancou a porta e veio com nosso filhote e uma bolsa no ombro.

Quis descer para ajudá-lo, mas sei que ele se recusará a aceitar minha ajuda.

— Será uma noite fria e... — Abriu a porta e se calou ao me ver. — Pensei que fosse o Sehun que viesse.

— A aposta é comigo, então achei melhor eu vir. — Disse calmamente, ele me acha um ogro e me olha com certo preconceito, além de raiva. — Venha aqui, filhotinho. — Peguei o pequeno nos braços, ele resmungou algo enquanto se sentava e afivelava o cinto. — Está lindo.

Era pequenino, olhos tão azuis quanto os meus e todo rosadinho por ser muito branco, usava uma camisa de frio e calça.

Meus pais estão ansiosos para conhecer o neto, nos olhamos profundamente, sinto seu lobinho, mesmo sendo tão pequeno.

— É estranho como ele fica tão focado em você. — Tirou o filhotinho dos meus braços.

— Ele está aceitando algo que você se recusa a aceitar, vocês dois me pertencem. — Liguei o veículo e dei a volta, saindo da propriedade.

— Por que você me persegue? Não pode mentir. — Tocou meu braço e meus pelos se arrepiaram com aquele simples toque.

— Eu não te persigo, apenas desejo que você me aceite como nosso filhote está fazendo.

— Espera... Espera... Espera... — Tirei os olhos da estrada e o encarei. — Vocês disseram que acreditam em predestinados, então você acha que eu sou seu predestinado? Como eu não pensei nisso antes? Eu não sou seu predestinado... — Sorri diante de suas expressões de espanto.  — Vocês são mais loucos do que eu pensei. — Gargalhou incrédulo. — Eu ser seu predestinado. — Agitou a cabeça. — Você é doido, não existe nenhuma chance de eu ser seu predestinado. Nenhuma.

— Por que você veio para cá, Jimin? De todo o mundo, por que veio para essa cidade? — Ele abriu a boca, eu já tinha a resposta, ele foge de algo, mas gostaria que ele respondesse à minha parte humana. Preferiu o silêncio. — Já se sentiu sozinho? Já procurou preencher esse vazio com alguém e sempre terminou pior? — Suas pupilas dilataram e eu sabia que tocava num ponto delicado. — Esse vazio é por minha causa...

— Você não é normal. Mudei de cidade buscando paz para criar meu filho.

—  Você não é o pai dele, Jimin.

Abraçou o pequeno com carinho.

— Eu sou sim! — Afirmou com a voz trêmula. — Quero voltar para casa, por favor.

Predestined for Human (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora