Capítulo 7

103 20 30
                                    

JUNGKOOK

Queria arrancar minhas orelhas ou esquecer tudo o que ouvi naquela varanda no dia anterior.

Achei que seria inteligente me transformar em lobo e tentar uma reaproximação.

Na primeira vez, me animei muito, pois visivelmente eles baixaram a guarda.

Mesmo com uma parede nos impedindo, ainda ouvia seus corações e sentia o quão forte poderia ser nossa conexão se eles permitissem que eu me aproximasse.

Animado, resolvi tentar mais uma vez no dia seguinte.

Os vi sentados na varanda, pareciam tão belos, concentrados, um brincando e o outro lendo.

Quando me viram, tomaram um susto e percebi o medo em Jimin, mas tranquilamente me sentei ao seu lado e mostrei que podiam confiar em mim.

Quando acariciou minha cabeça, quis uivar de tanto prazer que senti com seu carinho, e minha felicidade explodiu ao receber o carinho do lobinho.

Não era só Jimin que finalmente confiava, era o nosso bebê também.

Mas ele começou a falar sobre seus relacionamentos passados, e para não me transformar na sua frente e reivindicá-lo de tanta raiva que senti ao saber que permitiu que outro tocasse no que é meu, fugi e cheguei em casa de cabeça quente.

— Papai, todos os lobos se guardam para o seu predestinado? — Ajudava meu pai com alguns troncos, faríamos uma fogueira.

— Sim! — Respondeu com tranquilidade.

— E os vampiros também? — Ele parou de mexer na madeira e refletiu.

— Não, alguns não. Seu pai sim, mas esse é outro caso. Por que essas perguntas? — Enxugou sua testa e me avaliou.

— O humano já esteve com tantos homens.  — Afirmei, desviando meu olhar do dele enquanto voltava a cuidar das madeiras.

— Como você sabe disso? — Ele suspirou. — Suas saídas à tarde têm algo a ver com essas informações sobre o humano.

Ignorei sua pergunta e não respondi.

Ele apertou meu ombro.

— Tenha cuidado lá fora, não saia da reserva. — Avisou. Relaxei um pouco, se fosse o papai Jin, ele me repreenderia por horas. — Os humanos têm sua própria cultura e ainda não sabemos como essa conexão afetou o rapaz.

— Parece que não afetou em nada, ele parece bem saudável. — Resmunguei.

— Não seja ciumento. Aproveite que está se aproximando dele para conhecê-lo melhor e descobrir como podem entender que precisam um do outro.

— E se ele não quiser? — Perguntei preocupado.

Meu pai suspirou.

— Ele vai querer. Você é lindo, inteligente e bondoso. Não há motivo para ele não querer.

Eu queria não ter visto o medo nos olhos verdes dele, mas vi.

Ele tinha medo de o humano não me aceitar, de nós não sermos aceitos, e isso significaria minha morte.

— Seu pai está ansioso para conhecer o neto. Como ele é?

— É uma gracinha. Sorridente e todo gordinho. É estranho como ele protege o Jimin.

— O lobinho o considera pai ou algo assim. Sinto muito, meu filho. Eu sei que não é fácil conquistar seu predestinado, ainda mais quando ele é humano e tem o próprio alfa.

Predestined for Human (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora