Capítulo 3

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JUNGKOOK

Faz dois dias que o conheci.

Desde os meus dezessete anos, fui ensinado a ter paciência, a esperar pelo momento em que o sentiria.

Quando isso acontecesse, não seria fácil, mas seria maravilhoso, pois conheceria meu predestinado.

Finalmente aconteceu, mas não me explicaram que poderia haver a chance de ele ser um humano e que eu não poderia simplesmente arrastá-lo para minha casa e tomar o que é meu.

Não me explicaram que eu seria acusado de assédio.

Como posso assediar algo que é meu?

E também não mencionaram que esse humano poderia ter outro homem em sua vida.

— Uau, está cheio. — Os meninos reclamaram.

Procurei meu humano pelo espaço e suspirei ao não vê-lo.

Usei meu faro e o senti no fundo do bar.

Passei por todos e, como estava lotado, não fui detido ao entrar em um corredor e empurrar uma porta.

— Já estou indo, Heejin. Tive que trocar a calça também, ainda nem começou e já derramaram suco nas minhas roupas. — Inspecionei ele. — Obrigado por levá-lo para pegar um pouco de ar puro. — Ele se virou e seu sorriso desapareceu ao me ver.

— É aqui que você mora? — Dei um passo à frente, ele pôs seu corpo no meio, protegendo seu espaço da minha visão. — Isso é uma dispensa?

— Saia, por favor. — Ele veio ao meu encontro, mas tropeçou nas roupas que estavam no chão e tive que segurá-lo nos braços. Seus olhos se arregalaram e eu sorri para aquele ser tão emburrado e estressado. Ele bateu na minha mão e eu o larguei. — Qual é o seu problema, cara? Que pergunta idiota. — Revirou os olhos e pôs as mãos na cintura. Achei fofo. — Eu que tenho problemas, pois só atraio loucos. É isso que vocês são, loucos.

— Quem é o seu companheiro? — Meu lobo rosnou só de considerar que havia outro homem tocando no que é meu. — Quem é ele? Arrancarei sua cabeça se tocar em um fio de seu cabelo. — Dei passos à frente e ele encostou as costas na parede, na defensiva.

Inclinei a cabeça um pouco para baixo e o fitei de perto.

Seus olhos se tornaram escuros e ele soltou uma risada, ergueu a mão e empurrou o dedo no meu peito.

— Eu. Não. Tenho. Ideia. De. Quem. Diabos. É. Você. — Me empurrou para trás. — Mas se continuar me perseguindo, o único a perder a cabeça será você. — Ele era um humano determinado e ágil, pois se desviou de mim e seguiu para o bar.

— JungKook, acalme-se, seus olhos. — Sehun me parou antes que eu arrastasse o humano para terminarmos nossa conversa. — Lembre-se dos conselhos dos seus pais: conquistá-lo como se fosse um humano. Não importa se ele tem outro, essas suas atitudes o assustarão ainda mais.

— Ele não está assustado, Sehun. Veja, acha que isso é estar assustado? — Indiquei com o dedo o humano sorrindo para os homens.

— Ele é garçom, a Luna também sorri, ela gosta de receber gorjetas. — Bufei. .

A Luna é a única mulher do nosso bando que tem um trabalho fora da alcateia, a pedido dela ao meu pai.

Meus pais amam a loba e sempre a permitiram se aventurar pelo mundo humano, e seu marido compreende seus desejos e os respeita.

— Eu não sou você.

Não falei de forma desrespeitosa, pois o problema não era eu, mas o lobo que estava uivando para cada risada que os rapazes do salão davam ao nosso humano.

Predestined for Human (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora