Era pontual, é obvio, e quando saí do Clayton's já me esperava, apoiada na parte de trás do carro. Abriu a porta para mim e sorriu cordialmente.
— Boa tarde, senhorita Thronicke. — Disse-me.
— Sra. Tebet.
Inclinei a cabeça educadamente e entrei no assento traseiro do carro. Taylor estava sentado ao volante.
— Olá, Taylor — Disse.
— Boa tarde, Srta. Thronicke. — Respondeu em tom educado e profissional.
Simone entrou pela outra porta e brandamente me apertou a mão. Um calafrio percorreu todo meu corpo.
— Como foi o trabalho? — Perguntou.
— Interminável. — Respondi com voz rouca, muito baixa e cheia de desejo.
— Sim, o meu também, pareceu muito longo.
—O que tem feito? — Consegui perguntar.
— Andei com Rodrigo.
Seu polegar acariciava meus dedos por trás. Meu coração deixou de bater e minha respiração se acelerou. Como é possível que ela me afete tanto? Apenas tocou uma pequena parte de meu corpo, e meus hormônios dispararam.
O heliporto estava perto, assim, antes que desse conta, já havíamos chegado. Perguntei-me onde estaria o lendário helicóptero. Estamos em uma zona da cidade repleta de edifícios, e até eu sei que os helicópteros necessitam espaço para decolar e aterrissar. Taylor estacionou, saiu e abriu minha porta. Em um momento, Simone estava ao meu lado e pegou minha mão novamente.
— Preparada? — Perguntou.
Assenti. Queria lhe dizer: "Para tudo", mas estava muito nervosa para articular qualquer palavra.
— Taylor.
Fiz um gesto para o chofer, entramos no edifício e nos dirigimos para os elevadores. Um elevador! A lembrança do beijo daquela manhã voltou a me obcecar.
Não pensei em nada mais por todo o dia. Mesmo no Clayton's não podia tirar tudo da cabeça. O Sr. Clayton precisou gritar comigo duas vezes para que voltasse para a Terra. Dizer que estive distraída era pouco. Simone me olhou com um ligeiro sorriso nos lábios. Ah! Ela também estava pensando no mesmo.
— São apenas três andares. — disse com olhos divertidos.
Tenho certeza que tem telepatia. É horripilante.
Pretendi manter o rosto impassível quando entramos no elevador. As portas se fecharam e aí está a estranha atração elétrica, crepitando entre nós, apoderando-se de mim. Fechei os olhos em uma vã intenção de dissipá-la. Ela apertou minha mão com força, e cinco segundos depois as portas se abriram no terraço do edifício. E lá estava, um helicóptero branco com as palavras TEBET ENTERPRISES HOLDINGS, Inc. em cor azul e o logotipo da empresa de outro lado. Certamente que isto é esbanjar os recursos da empresa.
Ela me levou a um pequeno escritório onde um velho estava sentado atrás da mesa.
— Aqui está seu plano de voo, Sra. Tebet. Revisamos tudo. Está preparado, lhe esperando, senhora. Pode decolar quando quiser.
— Obrigada, Joe. — Respondeu-lhe Simone com um sorriso quente.
Ora, alguém que merecia que Simone o tratasse com educação. Possivelmente não trabalhava para ela. Observei o ancião assombrada.
— Vamos. — Disse Simone.
E nos dirigimos ao helicóptero. De perto era muito maior do que pensava. Supunha que seria um modelo pequeno, para duas pessoas, mas contava com, no mínimo, sete assentos.
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Fifty Shades of Tebet
FanfictionQuando Soraya Thronicke entrevista a jovem empresária Simone Tebet, descobre nela uma mulher atraente, brilhante e profundamente dominadora. Ingênua e inocente, Soraya se surpreende ao perceber que, a despeito da enigmática reserva de Tebet, está de...