— Quer tomar uma taça? — Perguntou.
Pisquei. Depois do que se passou ontem? Está de brincadeira ou o que? Por um segundo pensei em lhe pedir uma marguerita, mas não me atrevi.
— Eu tomarei uma taça de vinho branco. Você quer uma?
— Sim, obrigada. — Murmurei.
Sentia-me incômoda neste enorme salão. Aproximei-me da parede de cristal e me dei conta de que a parte inferior do painel se abria a sacada em forma de acordeão. Abaixo se via Seattle, iluminada e animada. Volto para a área da cozinha, demorei uns segundos, porque estava muito longe da parede de cristal, onde Simone abria um vinho. Retirou sua jaqueta.
— Acha que está bem um Pouily Fumei?
— Não tenho a menor ideia sobre vinhos, Simone. Estou certa de que será perfeito.
Falei em voz baixa e entrecortada. Meu coração batia muito depressa. Queria sair correndo. Isto era luxo de verdade, de uma riqueza exagerada, tipo Bill Gates.
O que estava fazendo aqui? Sabia muito bem o que estava fazendo aqui, logrou meu subconsciente. Sim, quero ir para cama com Simone Tebet.
— Toma. — Disse ao estender uma taça de vinho.
Até as taças são luxuosas, de cristais grossos e muito modernos. Tomei um gole. O vinho era ligeiro, fresco e delicioso.
— Você está muito quieta, e nem mesmo está corada. A verdade é que acredito que nunca te vi tão pálida, Soraya. — Murmurou. — Está com fome?
Neguei com a cabeça. Não de comida.
— Que casa tão grande.
— Grande?
— Grande.
— É grande. — Admitiu com um olhar divertido.
Tomei outro gole do vinho.
— Sabe tocar? — Perguntei apontando para o piano.
— Sim.
— Bem?
— Sim.
— Claro, como não. Há algo que não faça bem?
— Sim... umas duas ou três coisas.
Tomou um gole de vinho sem tirar os olhos de cima de mim. Sinto que seu olhar me seguia quando me virei e olhei o imenso salão. Mas não deveria chamar-lhe "salão".
Não é um salão, a não ser uma declaração de princípios.
— Quer sentar?
Concordei com a cabeça. Agarrou minha mão e me levou ao grande sofá de cor nata. Enquanto me sentava, surgiu a ideia de que pareço Tess Durbeyfield observando a nova casa do notário Alec d'Urbervile. A ideia me fez sorrir.
— O que te parece tão divertido?
Estava sentada ao meu lado, me olhando. Descansava a cabeça sobre a mão direita e o cotovelo estava apoiado na parte de trás do sofá.
— Por que me deu de presente precisamente Tess, de D'Urberville? — Perguntei-lhe.
Simone me olhou fixamente um momento. Acredito que lhe surpreendeu minha pergunta.
— Bom, disse-me que gostava de Thomas Hardy.
— Só por isso?
Até eu sou consciente de que minha voz soava decepcionada. Apertou os lábios.
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Fifty Shades of Tebet
FanfictionQuando Soraya Thronicke entrevista a jovem empresária Simone Tebet, descobre nela uma mulher atraente, brilhante e profundamente dominadora. Ingênua e inocente, Soraya se surpreende ao perceber que, a despeito da enigmática reserva de Tebet, está de...