Capitulo 13

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Tudo está em silêncio, as luzes estão apagadas. Estou muito cômoda e aquecida nesta cama. Que bom... Abro meus olhos, por um momento estou tranquila e serena, desfrutando do ambiente, que não conheço. Não tenho nenhuma ideia de onde estou. O travesseiro da cama tem a forma de um sol enorme. Parece-me estranhamente familiar. O quarto é grande e está luxuosamente decorado em tons marrons, dourados e bege. Já vi isso antes. Onde? Meu ofuscado cérebro procura entre suas lembranças recentes. Droga! Estou no hotel, em Heathman... em uma suíte. Estive em uma parecida junto com Leila. Esta parece maior. Oh, droga. Estou na suíte de Simone Tebet. Como cheguei até aqui? 

Pouco a pouco, as imagens fragmentadas da noite começam a me torturar. A bebedeira. — OH, não, a bebedeira. A ligação. —OH, não, a ligação, meu vômito. — OH, não, eu vomitei... Carlos e depois Simone. OH, não. Morro de vergonha. Não recordo como cheguei aqui. Estou vestindo uma camiseta, o sutiã e a calcinha. Sem as meias três quartos e nem o jeans. Droga. 

Observo uma mesinha do quarto. Há um copo de suco de laranja e dois comprimidos. Ibuprofeno. Sua obsessão por controle está em todos os lugares. Levanto-me da cama e tomo os comprimidos. A verdade é que não me sinto tão mal, certamente estou muito melhor do que mereço. O suco de laranja está delicioso. Tira-me a sede e me refresca.

Ouço uns golpes na porta. Meu coração bate tão forte e minha voz quase não sai por minha boca, mas mesmo assim, Simone abre a porta e entra.

Ah, ela estava fazendo exercício. Veste uma calça de moletom cinza que lhe cai ligeiramente sobre os quadris e uma camiseta cinza de ginástica, empapada de suor, assim como seu cabelo. Simone Tebet estava suada. A ideia me parece estranha. Eu respiro profundamente e fecho os olhos. Sinto-me como uma menina de dois anos. 

— Bom dia, Soraya. Como se sente?

— Melhor do que mereço — eu murmuro.

Levanto o olhar para ela. Ela larga uma bolsa grande, de uma loja de roupas, em um divã e pega ambos os extremos da toalha que tem ao redor dos ombros. Seus impenetráveis olhos escuros me olham fixamente. Não tenho nem ideia do que está pensando, como sempre. 

Ela sabe esconder o que pensa e o que sente.

— Como cheguei até aqui? — pergunto-lhe em voz baixa, constrangida.

Ela senta-se num lado da cama. Está tão perto de mim que poderia tocá-la, poderia cheirá-la. Minha nossa... Suor, perfume e Simone. Um coquetel embriagador, muito melhor que as margaritas, agora sei por experiência.

— Depois que você desmaiou não quis pôr em perigo o tapete de pele de meu carro te levando para a sua casa, assim te trouxe para este local. — Respondeu-me sem se alterar.

— Você me colocou na cama?

— Sim. — Ela respondeu-me impassível.

— Voltei a vomitar? — pergunto-lhe em voz mais baixa.

— Não.

— Tirou minha roupa? — eu sussurro.

— Sim. — Ela olha-me elevando uma sobrancelha e me ponho mais vermelha que nunca.

— Não fizemos...? — Eu sussurro, com a boca seca, de vergonha, mas não posso terminar a frase. Eu olho para as minhas mãos.

— Soraya, você estava quase em coma. Necrofilia não é a minha área. Eu gosto que minhas mulheres estejam conscientes e sejam receptivas — ela me responde secamente. — Sinto muito.

Seus lábios esboçam um sorriso zombador.

— Foi uma noite muito divertida. Demorarei para esquecê-la.

Fifty Shades of TebetOnde histórias criam vida. Descubra agora