Pensamentos

Pensamentos: Arder, azul

[31 de outubro, 2024]
[15:55]

O vento é quente, eu odeio o calor dessa cidade, mas não porque gosto de frio, toda vez que eu sinto arder minha pele lembro de como você me fazia arder.

Da mesma forma que minha garganta arde agora, cada vez mais, a cada copo de álcool que eu bebo.

Cada um deles tem gosto da nossa vida, que pra você agora é lembrança.

De mulher da sua vida até uma simples história.

Nós vimos tudo um do outro, eu te mostrei meus medo e você me mostrou seus sonhos, ambos vulneráveis a nós mesmos.

Eu sabia exatamente o que dizer pra você se apaixonar cada vez mais por mim, observar teu olho dilatar enquanto me olhava era tão bom que eu sentia como se você fosse ficar.

Me lembro das estrelas, das suas costas arranhadas.

Sempre ouvi que o mundo estava nas minhas mãos, e eu até acredito, mas eu não te vejo aqui, eu te deixei escapar por entre meus dedos, como água.

Você parece agora tão distante.

Eu sei que eu vou te esbarrar por aí, afinal o destino sempre faz isso com a gente, eu vou te olhar e sentir novamente todas as coisas sobre nós dois, cada palavra, como uma oração, e você vai me devolver um olhar tão frio, que vou precisar me auto-questionar.

Será que eu ainda posso te amar depois de tudo que eu estraguei?

Tento te esquecer, mas isso me faz lembrar ainda mais de você, como um castigo divino.

Se eu seder peço que não me responda, você não merece me ver indo embora mais uma vez.

No final eu não gosto de você, é só o sabor da bebida.

Eu juro eu não te amo, eu só bebi demais, amor.

Mas eu sei vou deixar sua alma em paz, não vou lembrar de tudo que vivemos, de todos os seus beijos vou desapegar, pelo menos quando a bebida me apagar.

Porque se eu te esquecer de verdade, quem é que vai lembrar de nós?

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Eu sou a que você tanto queria, você era meu querido.