CAPÍTULO 10

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DRACO

Recalcular

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Recalcular. Recalcular. Era preciso recalcular tudo, especialmente depois das novas informações de Snape sobre meu pai. Esse jogo de gato e rato com Granger... já não era viável. Não com tantos olhares atentos, tantos dedos prontos para apontar. Precisava me misturar de novo, desaparecer na multidão como antes. Isso significava mudar – não muito, só o suficiente. Não podia me dar ao luxo de ser descuidado com a “sangue-ruim”. Retroceder em algumas atitudes, talvez até nas palavras que sempre dirigi a ela, por mais que a ideia me revirasse o estômago. Se eu queria sobreviver a isso, necessitava deixar minhas convicções de lado. Tinha que jogar baixo. Não por fraqueza, mas porque essa era a única jogada que me restava. Às vezes, é preciso recuar para vencer.

Era indispensável, então, adotar tal mantra, forjando uma nova versão de mim mesmo. Agir nas sombras, sem que ela – ou qualquer um dos olhos atentos de McGonagall e dos demais – percebesse o jogo em andamento.

Retirar o feitiço tinha sido arriscado, não obstante isso a deixou confusa, um tanto desarmada. Ela não podia mais usar essa acusação contra mim – uma peça a menos no tabuleiro. Ainda havia o beijo, claro, e o encontro mal-esclarecido com Weasley; dois acontecimentos inoportunos, que mudaram o cenário ao meu favor. Granger não iria dedurar nada, não sem antes confessar o que fez. E convenhamos, ela não faria.

E funcionou.

Eu permaneci ao lado dela pela metade da noite, envoltos no mais puro silêncio. Curiosamente, não foi aversivo, como de costume. Desde aquele beijo, os acontecimentos anteriores passaram a desfilar diante de mim como meros ecos, sombras desbotadas de uma realidade que antes parecia vívida demais. E, mesmo mantendo uma distância segura, o que aquele beijo despertou permaneceu inabalável – algo que desafiava qualquer tentativa de nomeação. Talvez fosse um vislumbre de poder, uma sensação de domínio, embora frágil e fugaz. Porque, por Merlin, não é todo dia que se beija a própria arqui-inimiga. E, no entanto, ao invés de saciar qualquer desejo de triunfo, tudo o que deixou foi uma inquietação sutil, difícil de silenciar. Foi assim, perdido em pensamentos e resistindo ao desconforto, que concluímos a monitoria.

Ao voltarmos à sala dos monitores, fui direto para o quarto me trancando. A respiração rápida, deitava na cama, inquieto; tomado por uma sucessão de pensamentos desconexos, onde flashes do beijo surgiam entre as memórias das nossas brigas. Como diabos aquilo escalonou? Nem eu sabia explicar onde iniciou. Eu a beijei. E eu gostei da sensação trazida naquela conjuntura. Uma espécie de confiança, algo imprudente e perigoso. Loucura? Sim, definitivamente. Mas desde quando algo entre nós não era?

Senti o latejar do meu pau, endurecendo ainda mais, e xinguei baixo com a puta raiva de tê-la desejado. Merda, deveria estar preocupado com meu pai, não revivendo o beijo na minha mente como um telão. Diabos, necessitava de um banho. Retirei a roupa, seguindo para dentro do banheiro idêntico ao banheiro dos dormitórios. Apenas o vaso sanitário, o chuveiro, a pia, e o espelho. Ofeguei fundo, ligando o chuveiro e sentindo a água esfriar minha pele quente. Eu fechei os olhos, exalando pelo nariz, desejando que aquela ponta inquieta suavizasse.

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⏰ Última atualização: Nov 04 ⏰

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