Em uma noite turbulenta, os caminhos de Draco Malfoy e Hermione Granger se cruzam de maneira inesperada, resultando em um feitiço misterioso e o surgimento de segredos obscuros. Embora a desconfiança e o ódio entre eles sejam palpáveis, ambos são co...
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O plano era simples: encurralar Malfoy, intimidá-lo, fazê-lo sentir medo. No entanto, o tiro saiu pela culatra. Eu não esperava que as coisas desmoronassem daquela maneira, nem que os acontecimentos seguintes fugissem completamente do meu controle. Agora, eu estava aqui, encharcada e com a cabeça a mil, refletindo sobre o desastre que tinha se tornado.
Encostei-me na parede fria da enfermaria, observando o objeto do meu ódio ir embora junto com Pansy. Meus braços cruzados apertadamente contra meu corpo ainda úmido, mas o frio não me incomodava tanto quanto o sentimento de frustração. Lilá estava, como sempre, tagarelando sem parar. Eu não suportava mais suas lamúrias, e aparentemente nem Harry, que agora caminhava em minha direção com aquele olhar de preocupação no qual ele usava sempre que me via abalada.
— Você realmente está bem? — Ele perguntou pela sexta vez.
— Harry, estou bem! — respondi, minha voz saindo mais ríspida do que eu pretendia. Suspirei logo em seguida, tentando aliviar a tensão que pairava no ar. — Desculpa, sei que está preocupado, mas sinceramente... não dou a mínima para aquela loira oxigenada.
Harry soltou uma risadinha, e eu acompanhei seu olhar que desviava para Rony, agora sentado na maca, enquanto Lilá, de forma exagerada, enfiava comida na boca dele como se ele tivesse acabado de sobreviver a uma batalha mortal.
— Ele parece estar aproveitando bem a “recuperação”, não é? — Harry murmurou, com uma careta cínica.
Eu bufei, lutando contra a vontade de lançar outro comentário azedo. A maneira como Lilá agiu tanto na briga quanto na enfermaria me fez questionar seriamente se eu era uma psicopata por querer jogá-la pela janela. E, claro, tive que morder a língua várias vezes para não mencionar que foi *Rony* quem me defendeu, e não ela. Todavia, decidi não dizer nada. E Rony, aparentemente, estava irritado com a falta de reconhecimento por sua “bravura” ao bater no Malfoy. Dava para sentir os olhares questionadores em minha direção, porém, não ia dar esse gostinho. Ainda não.
— Vou trocar de roupas. Você vem? — disse, afastando-me da cena.
Harry me seguiu de perto, sem tirar os olhos de mim.
— Quer falar sobre o que aconteceu? — perguntou ele, cuidadosamente. Era evidente que a curiosidade o consumia, mas ao mesmo tempo, ele respeitava meu espaço.
— Não... — murmurei, virando o corredor rapidamente. — Só quero trocar de roupa e esquecer Malfoy por hoje.
— Compreensível — concordou Harry, com um encolher de ombros. — Não imaginei que Rony fosse atacá-lo daquele jeito. Quer dizer, imaginei, mas não pensei que fosse tão... direto.
Eu ri, sem humor.
— Se ele acha que vai ganhar pontos comigo sendo irracional, está redondamente enganado — comentei, ignorando os olhares curiosos dos alunos pelos quais passávamos. As fofocas sobre o ocorrido já se espalhavam como fogo em palha seca. — Sei bem porque ele fez isso. Nós dois sabemos, Harry. Mas eu não vou lá dar a ele uma medalha de bravura.
