Capítulo 8°- O Estranho Viajante

15 0 0
                                    

Alguém canta:

_ O fim esta próximo baby;

E eu aqui sentado;

Oh não baby. Não posso ver esse fim sem fazer nada;

Esperem por mim;

Estou chegando.

Em um mundo onde a Guerra das Guerras esta a ponto de acontecer, do nada aparece na estrada, sentado sob uma pequena pedra um viajante. De face a traduzir a mais pura tranqüilidade; olhos castanhos e certeiros, capazes de ver a alma e todos os sentimentos e pensamentos daqueles que o olharem diretamente; medindo seus 1,74; usava botas pretas; Chapéu marrom escuro e possuía uma capa vermelha. Não possuía nenhuma arma; tinha apenas uma pena branca; algumas tintas e um pequeno livreto com algumas paginas já escritas.

Levantando-se da pequena pedra ele assovia; do céu uma estranha ave de fogo desce, pondo-se em seu ombro; assim voltando a cantar, ambos se direcionam para o Norte.

No caminho percorrido, só existiam destruição e abandono; corpos mutilados e o cheiro da podridão. Mesmo assim, ele não parava para tomar um outro caminho. Continuava a andar e a seguir o destino que havia escolhido; parecia que não estava sentindo o cheiro ruim ou qualquer outra coisa, não demonstrava nenhum tipo de sentimento; sempre com o rosto calmo e tranqüilo. A ave também demonstrava o mesmo comportamento.

A noite começa a cair. O homem para de andar. Olha para sua ave que rapidamente alça vôo e sobe aos céus. Ele se senta; dobra os joelhos e fica esperando. Não demora muito e a ave retorna; ele se levanta e ela pousa em seu braço direito. Querendo dizer algo ao homem a ave se põe e gritar. O homem ri e diz:

_ Muito bom trabalho meu amigo. Vamos até o lugar que você encontrou para passarmos a noite.

Uma ligação forte entre os dois havia. Foram então para o respectivo lugar. Um rancho pequeno e velho; caindo aos pedaços.

Recolhidos da noite, dentro do rancho a luz da ave brilhava e aquecia como fogo. O telhado estava destampado e ali agora deitado e com os braços sobre a cabeça, o viajante olhando as estrelas indaga:

_ Logo essa noite que não há mais estrelas será o palco de Mártires meu caro amigo.

Terminado de falar, levanta-se e senta-se com as pernas cruzadas; pega a pena, tinta e começa a escrever em seu pequeno livreto.A ave o olha com respeito e ternura.

_ Bom, tens alguma ideia do que posso escrever para o amanha?

A longa noite toma a face da Terra, cobrindo com seu véu escuro e gélido o que antes era claro e quente. O momento em que as tropas do mal eram mais fortes.

Logo os primeiros raios de sol entram por entre as rachaduras do rancho e tocam a pele do viajante que acorda. Mais um dia se inicia para retomar a locomoção para o destino previsto. Com uma folha que retirara do bolso, o viajante colhera as gotas do orvalho do galho de uma videira morta e, junto com a ave, após comer bolachas de nata, parte.

Novamente, em viagem entra por mais um vilarejo destruído. Para no meio da rua. Algo não estava certo. Abaixa a cabeça; seu chapéu cobre seus olhos, diz:

_ Não há como se esconder daquele que provém da luz. Sei exatamente onde estão. Não me façam arranca-los de onde estão. Mostrem-me suas faces.

Como poderia haver alguém em um lugar como aquele. com tudo destruído; construções aos pedaços?

Mas o estranho viajante era bem mais do que aparentava ser. Das sombras que faziam as ruinas do vilarejo, seres infernais surgiram. Monstros bebedores de sangue. Uma diz pra outra:

_ Mas como ele soube que estávamos escondidos nas sombras?

O outro lhe responde:

_ Não sei o porque, mas pelo aspecto dele, seu sangue deves ser muito bom. Vamos! Ataquem esse verme e comeremos sua carne e beberemos seu sangue junto com nosso amo Lúcifer.

O viajante, ainda com a cabeça baixada começa a rir.

Um dos monstros furioso grita:

_ Ris em quanto pode. Não tens chance contra todos nós. Iremos matar vocês agora.

O riso sessa e suavemente o viajante responde:

_ Não faças isso. Não será bom pra todos vocês. És meu primeiro e único aviso.

Os monstros não se intimidam com as palavras do viajante. Partem pra cima com suas armas, garras e enormes presas. Nem mesmo neste momento de ameaça o viajante muda sua feição. Pega seu pote de tinta:

_ Uma boa hora para escrever mais um capítulo. Falta-me mais tinta.

Levanta sua cabeça lentamente; seus olhos brilham uma luz radiante. Quando as garras dos monstros chegam á menos de um palmo de seu corpo, rapidamente abre o pote de tinta e de repente todos os monstros são sugados para dentro, transformando-se em tinta negra. Os olho do viajante voltam a cor normal e ele diz para ave:

_ Olha só há! há! há! Você ouviu que eu os avisei. então não me repreenda depois certo. Temos mais tinta.

A ave olha para ele e inicia á assoviar.

Partem novamente. O viajante novamente canta:

_ Estamos chegando, esperem só mais um pouco;

Eu e meu amiguinho alado;

Que coitado! Não sabes falar;

Esperem! Esperem!


Aos Olhos Do CavaleiroOnde histórias criam vida. Descubra agora