Hera venenosa, spin-off de Paixão proibida

capitulo 19

Nossos olhares estão presos um no outro, meus lábios entreabertos, respirando pesadamente. Quero quebrar esse vínculo, olhar para o outro lado, mas a intensidade nos seus olhos cor de ônix é tão avassaladora que me sinto completamente capturada.

Tento encontrar meu lado racional, aquele que grita "corre", mas estou paralisada. E, para ser sincera, nem sei se quero realmente fugir. Estamos tão próximos que seus lábios roçam nos meus, e o toque sutil do seu nariz contra o meu é eletrizante.

O hálito de Diego, uma mistura de tequila, cigarro e menta, se mistura ao aroma quente e apimentado do seu perfume, me deixando tonta e inebriada. Sinto-me embriagada, mesmo sem ter bebido uma gota.

Fecho os olhos, respirando profundamente, e me pergunto o que Georgina faria no meu lugar. A resposta é óbvia. Sem hesitar, coloco meus lábios contra os de Diego.

O choque é imediato. Seus lábios são firmes, quentes, carregados de um desejo que me eletrifica. Uma corrente elétrica percorre meu corpo, cada fibra respondendo ao toque. Diego retribui o beijo com uma intensidade que é quase desesperadora, uma urgência que reflete a tempestade de emoções que explode entre nós.

Minhas mãos buscam seu pescoço, os dedos se entrelaçam em seu cabelo, puxando-o para mais perto. O mundo ao nosso redor desaparece. Nada mais importa além desse momento, dessa conexão insana.

Diego me envolve com seus braços fortes, puxando-me contra seu corpo. A sensação de segurança e perigo se entrelaçam, criando um paradoxo que me consome. Ele aprofunda o beijo, explorando cada canto da minha boca, cada suspiro que escapa de meus lábios. O calor entre nós cresce, a atração é palpável, quase esmagadora.

Então, de repente, Diego para. Ele se afasta ligeiramente, os olhos fixos nos meus, sua respiração pesada e carregada de conflito.

— Rosália, eu não posso — sua voz é baixa, rouca, e cheia de uma luta interna.

Um arrepio percorre minha espinha. Meu corpo protesta, ansioso por mais, e vejo o espanto em seus olhos.

— Por quê? — pergunto, quase sem fôlego, tentando entender o que está acontecendo.

— Você bebeu — ele diz, sua mão acariciando meu rosto com uma ternura que contrasta com sua dureza habitual. — Eu não posso fazer isso com você agora. Não seria certo.

A sinceridade em seus olhos me surpreende. Ele, o narcotraficante cruel e implacável, está se segurando por respeito. Isso faz meu coração acelerar ainda mais. Será que ele está se fazendo de bom moço para me conquistar? Cazzo! Quando se trata de homens, tudo é possível.

— Diego... — começo, mas ele coloca um dedo sobre meus lábios, silenciando-me.

— Rosália, eu quero você mais do que qualquer coisa, mas não assim. — Ele suspira, fechando os olhos por um momento, lutando contra seus próprios demônios. — Quero que você decida por si mesma, quando estiver sóbria. Se realmente quer ser minha mulher, eu te darei tudo de mim.

— Eu…

— Levo certas coisas muito a sério, e uma delas é não estar com mulheres alcoolizadas. Não quero ser um erro, não quero que você se arrependa na manhã seguinte.

Seu gesto é inesperado, mas profundamente tocante. Sinto uma mistura de frustração e admiração. Ele está me dando a escolha, o controle, algo que nunca esperei dele.

Diego se afasta um pouco mais, os olhos ainda fixos nos meus, cheios de uma promessa silenciosa.

— Vou esperar por você, Rosália. Você merece ser tratada com respeito, e eu vou te dar isso. Foi o que minha mãe me ensinou — ele diz com firmeza. — Quando você souber o que quer, estarei aqui.

As palavras pairam no ar, carregadas de um significado profundo. Ele se levanta lentamente, me deixando sozinha na cama, a mente girando com a intensidade do momento.

Enquanto ele se afasta, meu coração bate forte no peito. Diego não é apenas um homem de desejos e perigos. Ele é um homem de honra, algo raro no nosso mundo. E isso só torna meus sentimentos por ele ainda mais confusos. Eu deveria dar o golpe e partir, mas estou presa em um labirinto emocional.

— Vou dormir na sala, minha Rosa — Diego diz ao parar na porta, olhando para mim uma última vez antes de sair. Seus olhos ainda carregam aquela promessa.

— Estou fodida pra caralho! — gemo, me jogando no colchão, completamente desorientada. E excitada.

Cazzo!