Capítulo 2

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— Você gostaria que eu providenciasse um lugar para você ficar, ou você irá para a Mansão? — Hermione perguntou, após a conversa na manhã seguinte. Só o tempo diria se ela se arrependeria dessa decisão. E talvez Harry a odiasse para sempre. Mas ela não podia – e não iria – deixá-lo lá.

— Não há Mansão nenhuma — Draco disse desdenhosamente, assinando um acordo de confidencialidade. Hermione resolveu descobrir o que aquilo significava. — Um hotel será suficiente. Reservado sob o nome de Christopher Black. Usarei meu Glamour, não há necessidade de complicar mais as coisas. Você poderia ter me avisado que eu estava assinando com meu próprio sangue — ele terminou, secamente, dando tapinhas nas costas da mão com um lenço.

— Sinto muito — Hermione respondeu, embora soubesse que não soava assim. — Vou providenciar uma Chave de Portal para Londres para esta noite.

Malfoy entregou a ela um rolo de pergaminho.

— Preciso que você pense sobre todas essas questões. Depois que eu ver Potter no hospital amanhã e tiver uma ideia do que pode estar acontecendo lá, preciso discutir isso com você. Quem são os amigos dele? Além de você. Weasley? Ou Weasleys?

Hermione tentou não se irritar.

— Harry tem muitos amigos — ela disse. — E sim, ele ainda é próximo de Ron. Não vemos muito Ginny, ela viaja muito com o time. — Malfoy estava de pé, esperando. — Ah, por... tudo bem. Luna e Neville, é claro. E ele ainda almoça aos domingos na Toca. Ele é amigo de muitos dos oficiais de alto escalão do Ministério...

— Amigos?

— Claro. Ele é um político soberbo, Guaritore Black — ela disse.

— Ah, meu pai também era um político soberbo, apesar de estar errado sobre tudo o tempo todo. Não acredito que ele tenha se referido a qualquer uma dessas conexões como amigos.

Hermione sentiu suas bochechas ficarem vermelhas.

— Tudo bem. — Amigos. Ela mordeu o lábio. — Eu e Ron. Ainda somos os mais próximos. Ele está muito ocupado — ela disse, defensivamente.

— Não tenho dúvidas.

— E eu sou sua representante médica. Você deveria estar ciente disso. Eu sou capaz de tomar decisões por ele. E com o número de vezes que ele se machucou ao longo de sua carreira...

Era engraçado – agora que Hermione sabia o que havia por baixo daquele Glamour, ela podia ver as expressões faciais de Malfoy, a maneira como ele se movia, o mais leve movimento de seu lábio, sempre tão expressivo. Agora mesmo, ele estava tão frio e impenetrável quanto gelo; e ainda assim ele quase parecia bravo.

— Converse sobre tudo com Ron, então — Malfoy disse. — Preciso de todas as informações que você puder me dar. E, claro, preciso falar com aqueles com quem ele trabalha mais de perto, especialmente seu parceiro. Vejo você amanhã. — Ele assentiu e se virou na direção das enfermarias dos pacientes.

Hermione o observou ir, a ansiedade se contorcendo em seu estômago. Isso era ridículo, insano.

— Professor Piedamonte — ela disse, girando nos calcanhares, assim que ficaram sozinhos novamente. — Me garantiram que além de suas realizações no papel, Guaritore Black é soberbamente empático e gentil, e devo confessar que não vejo nenhuma evidência disso. Ele é frio, ele é... — Ele é a porra do Draco Malfoy, ela queria dizer. Ex Comensal da Morte. Bastardo. — Que garantia você pode me dar de que ele é qualquer coisa menos...

O Professor Piedamonte a silenciou e a levou de volta na direção de seu escritório.

— Este Auror deve ser de grande importância — ele disse, com um sotaque rico. — Venha, siga. Eu posso te mostrar uma coisa. O que ele faz agora.

Harry Potter and the elusive day off | DrarryWhere stories live. Discover now