Draco estava tendo seu próprio dia de folga – um dia de folga de verdade, um dia em que ele não pretendia acordar até que cada parte de si estivesse pronta, um dia em que ele pretendia ir até a praia para um longo mergulho assim que o tempo melhorasse, um dia em que ele pretendia levar um livro para um de seus restaurantes favoritos em um vinhedo e passar uma tarde extremamente preguiçosa comendo queijo e carnes curadas e tomando vinho lentamente.
Então ele não ficou exatamente impressionado quando uma coruja muito insistente apareceu em sua janela e não quis ir embora, apesar dele gritar para ela largar a carta na porta dele, levá-la para o hospital ou literalmente jogá-la na porra de uma lareira. Ele se arrastou pelo quarto com calças de dormir berinjela que pendiam perigosamente de seus quadris, peito nu luminosamente branco na escuridão da manhã.
— Oh, olá, Perséfone — ele disse, enquanto a coruja de Hermione deixava cair um jornal em suas mãos e voava para dentro do quarto, pousando alegremente no pé da cama e esperando ansiosamente. — Eu quero ler isso? — ele perguntou à coruja, sinistramente, e Perséfone deu um pio suave antes de voar escada abaixo e entrar na cozinha. Draco calçou seus chinelos, menos para se aquecer e mais porque às vezes havia uma ou duas lascas para serem encontradas em suas tábuas do assoalho e ele odiava ter que arrancá-las.
Ele deveria ter aberto o jornal imediatamente, mas uma ansiedade doentia esmagou seu estômago, suas costelas, seu peito, e ele ficou aterrorizado. O que tinha acontecido? Harry estava doente, de novo; Harry tinha morrido. Harry tinha se casado com Qual-era-o-nome-dela Warbeck.
As calcinhas com babados de Merlin, que pensamento terrível.
Ele respirou fundo. O medo veio, e tinha algo a lhe dizer; mas ele o reconheceu, agradeceu e o mandou embora. Ele ficou parado por vários minutos perto da janela, banhado pelos raios de sol, respirando pelo diafragma até que ele estava focado somente na sensação de oxigênio inundando sua corrente sanguínea. Ele abriu os olhos quando ouviu Perséfone agitada, esperando por um lanche.
— Você tem que esperar por uma resposta? — Draco perguntou. Ela era uma coruja extraordinariamente expressiva. Draco não deveria ter sido capaz de decifrar 'não, mas eu tenho que esperar por uma reação', mas ele conseguiu. Ele encontrou uma caixa de ratos secos no fundo de sua despensa e passou um para ela. Ela não pareceu impressionada. Ele desenterrou seu próprio suprimento de veado seco, um bom lanche para longas noites de trabalho, e ela ficou muito mais feliz com isso. Claro que a coruja pessoal da Ministra da Magia tinha ares e padrões. Deplorável.
Draco preparou uma xícara de chá verde de jasmim, inalando os aromas terrosos enquanto ignorava cuidadosamente a primeira página do Profeta. Estava dobrado em quatro partes, mas Draco conseguia ver cabelos pretos desgrenhados e familiares balançando no centímetro superior de qualquer fotografia de Harry Potter que estivesse na primeira página.
— Ai — ele gritou, enquanto Perséfone mordia o lóbulo da orelha. — Que horror. Eu vou te dar de comer para um hipogrifo se você não for um pouco mais respeitosa. Não me importa quem seja sua amante chique. — Perséfone gritou de novo, irritada, mas se recusando a sair do seu lugar nas costas de uma cadeira de jantar ao lado daquela em que Draco estava sentado, fingindo ser toda casual e suave.
Ele tomou um gole de chá e abriu o jornal.
O famoso auror Harry Potter renuncia ao DMLE!
Os olhos de Draco se abriram em choque enquanto ele lia os primeiros três ou quatro parágrafos, duas, três vezes, tentando descobrir se ele estava fazendo toda essa bagunça em sua cabeça. Ainda dormindo, talvez. Sonhando. Mas de acordo com a primeira página do Profeta Diário, Harry Potter tinha, à vista da maioria dos altos funcionários do ministério e, claro, sua melhor amiga, a Ministra da Magia, renunciado ao seu emprego após quase 20 anos mantendo sua posição na linha de frente da guerra contra os Bruxos das Trevas, o comércio de poções e drogas, a corrupção e provavelmente gatinhos perdidos, porque ele era tão assustadoramente saudável. Duas noites atrás; deve ter acontecido depois que o Profeta de ontem foi colocado para dormir.
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Harry Potter and the elusive day off | Drarry
FanfictionO Auror Potter precisa da porra de uma pausa. Ele está exausto. Ele provavelmente não pretendia se colocar em coma mágico, mas essas coisas acontecem. E quem se importa, realmente? Ele está confortável em uma casa onde escondeu toda a merda com a qu...