Capítulo 10

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Quando todos comeram até se fartar, riram até se fartar e – com toda a honestidade – beberam até se fartar, eles foram para casa, com as chamas verdes dançando na lareira enquanto as pessoas se despediam.

Hermione sabia que provavelmente seria um erro abrir outra garrafa de vinho, mas ela o fez mesmo assim, colocando-a na mesa de centro quando encheu sua própria taça e a de Harry. Ela havia trocado para roupas confortáveis ​​logo antes de seus convidados improvisados ​​chegarem, mas agora ela jogou os sapatos de lado e colocou os pés para cima debaixo dela.

— Isso foi brilhante — disse Harry, alegremente.

— Foi.

— Não sei por que não faço isso com mais frequência.

— Acho que você deveria — disse Hermione, séria, mas ainda sorrindo.

— A propósito, desisti dos arquivos do caso. Não finja que não sabe o que fez.

Hermione arregalou os olhos.

— Não consigo imaginar o que você quer dizer.

— Eram todos arquivos fechados.

— Você queria me alcançar!

Harry sorriu para ela.

— Eu queria saber no que o Departamento estava trabalhando agora — ele disse, mas não parecia realmente irritado. — Eu acho... eu acho que talvez eu faça o que Draco pediu, e apenas... descanse um pouco. — Ele estava olhando para a lareira, com a boca curvada em um pequeno sorriso, parecendo relaxado e feliz pela primeira vez em muito tempo. Hermione estendeu a mão para pegar a dele. — Uma ou duas semanas.

— Bom — ela disse. — Isso é bom, Harry. Eu sei que não será fácil para você. Mas eu acho que Draco estava certo, sabe.

— Talvez o Ministério não precise saber que voltei ainda. Ou você poderia dizer a Robards que preciso de um tempo de folga.

— Eu vou. Tanto quanto você precisar.

Harry se assustou brevemente quando Bichento pulou no sofá ao lado dele.

— Olá, você — ele disse, coçando fundo em seu pelo. — Eu tenho que te contar sobre meu dia, Hermione. Eu conheci esses gatos...

Ela escutou e escutou. Todos esses eventos no dia de Harry, completamente comuns e completamente maravilhosos. Chá, bolo e gatos. Nenhum horror, nenhuma responsabilidade, ninguém pedindo nada a ele – ela sentiu uma pontada, pensando em como tinha sido a vida dele nos últimos anos.

— Você vai ficar um pouco, não vai? — ela perguntou.

— Você só me ama pela minha comida — Harry provocou. — Sabe, eu me diverti muito cozinhando o jantar hoje à noite. Lembra como eu costumava fazer isso o tempo todo?

— Eu lembro — disse Hermione, e ela engatinhou pelo sofá para se aninhar nos braços de Harry e descansar a cabeça em seu ombro.

Eles ficaram em silêncio por um longo tempo.

— Conte-me novamente sobre o gato de um olho só — ela disse, com um bocejo. — Ele mora neste quarteirão? Não acredito que nunca o conheci. Talvez eu precise ir mais devagar também.

.

Harry estava hospedado com Hermione há quase três semanas, no dia em que ela chegou em casa e encontrou Bichento tenso e pasmo com a chegada de um gatinho Kneazle de origem duvidosa e coloração estranha, e a casa cheirando a um ensopado rico e apimentado. Três semanas. Ele ainda não havia dito nada sobre voltar a trabalhar, e ela não queria perguntar. Ele havia passado um tempo com os Weasleys, que ainda se reuniam aos domingos, tantos quantos conseguiam. Ele havia conversado com estranhos em cafeterias. E ele havia cozinhado tanto e tão bem que Hermione estava começando a pensar que precisaria começar a soltar suas vestes.

Harry Potter and the elusive day off | DrarryWhere stories live. Discover now