| CAPÍTULO 13 |

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Capítulo não revisado.

BOA LEITURA!


18 DE AGOSTO | SEXTA - FEIRA | 02:00

Algo estava sob si quando despertara. Era quente e úmido. Estava por todos os lados. Rosto, pescoço, tórax e braços. Não queria abrir os olhos, sentia-se exausto de tanto se defender e sabia bem o que estava acontecendo. A única pergunta que se fazia era: Quem? Quem estava em cima de si? A curiosidade foi maior, se deparando com a mesma pessoa que o atormentava todas as vezes.

Joong-Ki.

Era óbvio que seria ele. Não tinha nem porque duvidar a não ser que fosse o homem que abusou de si. Ainda não sabia o nome dele, só o viu naquela vez. Com o decorrer dos dias, desde que chegara ao cativeiro, aprendeu os nomes dos homens que o vigiam. Eles falavam alto demais enquanto conversavam e diziam seus nomes como se não se preocupassem caso Taehyung contasse à polícia. Talvez pensassem que ele só sairia de lá morto e talvez realmente fosse esse o destino do jovem Jeon.

Ele já havia aceitado aquele fim. Desde a primeira vez, aos 18 anos, em que desejou morrer. A verdade é que nunca deixou de desejar, no fundo de sua alma, sabia que a qualquer momento isso voltaria a desencadear. Jungkook havia amenizado sua vontade de não existir, mas agora sem ele a tantos dias, sentia-se em paz para tal fim. Enfim, agora estava pronto.

O cheiro de Joong-Ki estava forte, só agora percebera que ele estava a aromatizá-lo. Uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto logo sendo lambida pelo homem. Seu cheiro estava tão fraco comparado pelo do outro. Seu lobo choramingava e as náuseas começavam. Aquele cheiro artificial de canela, estava enjoativo, embrulhava seu estômago, os sons de ânsia se tornaram altos fazendo-o se afastar rapidamente de si.

— Você quer vomitar em mim? Você não aprendeu nada? — Seu tom era repleto de ira. — QUER APANHAR? — A voz alfa retornará e todos os poros de Taehyung se arrepiaram.

Era desgastante passar por aquilo todos os dias, aquela voz lhe causava dor, aquele cheiro lhe causava enjoos e aquela vida lhe gerava anseio em sucumbir. Taehyung deixou que o homem fizesse o que quisesse com si até que fosse embora.

19 DE AGOSTO | SÁBADO | 11:32

Nos dias em que recebia visita, era comum ser acordado com algum estrondo alto. O susto era inevitável mas dessa vez ao ouvir o barulho alto de metal sendo batido, não queria dar atenção a ninguém mas depois de enrolar, apenas abriu os olhos e deitou de barriga para cima. Choi novamente estava lá sentado em uma cadeira olhando-o.

— O cheiro do Joong-Ki está muito forte aqui. EU NÃO AVISEI QUE NÃO ERA PARA MEXER NO RAPAZ — Gritou com a voz lupus.

— Senhor, nenhum de nós três — Apontou para si, Gyu-Hyun e Myeong-Oh. — Mexemos com o rapaz, pode perguntá-lo. Só entramos para entregar comida e água. — Choi os encara, buscando por um ar de mentira e ao se deparar com Taehyung se mexendo, logo vira para encará-lo novamente.

— Vejo que acordou Taehyung. Tenho algo a lhe contar, eu acredito em você mas eu só vou te libertar quando eu conseguir o que eu quero. E eu quero minha carga e a cabeça do Jun-Ho. — Taehyung ouvia atentamente mas sua feição era neutra, não esboçava nem felicidade nem tristeza. 

Estava cansado de toda aquela tortura, desejava morrer como nunca desejou. Não se importava mais com seu passado, com o mal que fizera ou seja lá o motivo que lhe colocou naquelas circunstâncias. Queria cessar seu sofrimento com uma morte rápida e indolor. Jungkook iria superar a perda, se permanecesse vivo a dor que lhe causaria seria maior que a dor do luto.

— Você vai ligar para seu alfa e perguntar do Jun-Ho. — Mujin, entregou um celular nas mãos dele que permaneceu deitado.

Não recordava do número de celular de Jungkook decidiu ligar para o seu. Desejava ouvir a voz de Jungkook uma última vez. Discou os números, logo encostando o celular no rosto. Após três toques a voz de seu alfa surgiu.

— Alô!

— Jungkook. — Sua voz era baixa e rouca, não transmitia emoção alguma. Era fria.

— Tae, é você mesmo amor?

— Sou. — Fez uma pausa — O Jun-Ho. Você precisa descobrir onde o Jun-ho está. Eu vou morrer por causa dele.

— Amor, calma! — O celular foi puxado e colocado no viva voz por Mujin logo sendo entregue a Taehyung novamente. — Amor o Jun-ho está fora do país em uma ilha na Tailân- ... — Faz uma pausa.

— Ilha na Tailândia? Eles vão me matar. Eu vou morrer se ele não voltar. — Seu tom de voz era confuso, não transmitia esperança que permaneceria vivo. Mesmo após revelar ser inocente, agora dependia da volta de uma pessoa para permanecer vivo. Pessoa essa que não se importava com ninguém além de si mesmo. Tinha convicção de que iria morrer e aceitava seu destino. O quão desgastado estava o psicológico de Taehyung para sentir esperança na morte? Ele deseja somente isso.

— Não. Tae, o Jun-Ho voltou para me ajudar a te encontrar. Vamos prender todos que te fizeram mal. — Taehyung permaneceu em silêncio, ouvindo seu alfa atentamente. — Estou tentando rastrear a ligação. E-eu vou te encontrar. Prometo.

O celular é puxado de suas mãos e jogado no chão. Mujin pisava sobre a tela que rachou na primeira tentativa, sendo totalmente destruído no final. Estava irritado, sendo possível perceber através da presença lupus consumindo o cômodo, o corpo de Taehyung tremeu levemente, ele se esforçou para não reagir e não apanhar.

— Cadê o Joong-Ki? — O homem solicitado entra rapidamente no local.

— Vai atrás do Jun-Ho e do Alfa desse aí, estão tentando me passar a perna e não vou permitir. — Taehyung vira olhando descaradamente e ouvindo a conversa entre os lupus.

Mujin e Joong-ki saem rapidamente do ambiente deixando-o sozinho novamente. Ele dava instruções de onde acha-los e não havia nada que pudesse fazer mas torcia para que nada acontecesse a Jungkook.

— Alo! Jun-Ho? Vamos fazer uma troca? — Pergunta recebendo uma resposta positiva. — Um dos meus homens abusou do pobre ômega do seu irmão e ele está indo em direção a casa dele.

— Como conseguiu o endereço do meu irmão?

— Você não é o único policial corrupto que conheço. Faça o que quiser com o Joong-ki, mas eu quero metade da carga hoje e sua cabeça fica livre de uma bala perdida.

— Ok, às nove horas eu te entrego, no mesmo lugar da outra vez.

— Estarei esperando.

O silêncio se fez presente por todo o lugar. Taehyung ouvira toda a conversa, confirmando que seu cunhado realmente havia retornado para ajudar seu alfa.

— Vai tarde. — Diz o jovem. Com a morte de Joong-ki, Taehyung tinha mais esperança de que o inferno que faziam em sua vida iria amenizar.

Quem iria matar Joong-Ki? Jungkook? Jun-Ho? Os dois juntos? Não importava para Taehyung desde que no fim do dia o corpo nojento daquele lupus estivesse a sete palmos do chão ou jogado em alguma vala por aí. Dançaria em comemoração se não estivesse esgotado o suficiente. 

Inferno Particular | jjk + kthOnde histórias criam vida. Descubra agora