under control

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Ryujin nunca tinha se sentido tão leve assim, ela estava bem e não se arrependeu de ter chamado Yeji para um "encontro" como dizia a ruiva. Assim que chegou em casa, a porta da sala se abriu com um estrondo, e Ryujin entrou em casa sem muito cuidado, jogando a mochila no sofá e desabotoando a jaqueta de couro. O cheiro do jantar que sua mãe provavelmente deixara sobre a mesa era o último resquício de normalidade no ambiente, antes da tempestade. Ela mal havia dado dois passos para a cozinha quando ouviu a voz do pai.

— Ryujin. — O tom era claro: um aviso.

Ela estremeceu ao ouvir a autoridade na voz dele. Não queria mais uma discussão, mas sabia que não tinha como evitar. Seu pai estava furioso, e isso só tornava tudo mais difícil. Com um suspiro, ela virou-se lentamente para encará-lo.

O prefeito Shin estava parado na porta da sala, com os olhos fixos nela, a expressão fechada e os punhos cerrados. Ryujin sentiu um calafrio, mas também uma raiva crescente, como se estivesse prestes a explodir.

— Onde você estava? — A pergunta foi direta, mas carregada de algo ainda mais profundo: desconfiança e frustração.

— Já disse, prefeito, estava com a banda. — Ryujin mentiu de forma fria, os olhos desafiadores, tentando disfarçar o quão nervosa estava. Não queria incluir a coitada de Hwang na bagunça dela. Não queria ceder nem um milímetro.

O prefeito deu um passo à frente, o olhar mais afiado que uma lâmina.

— Com a banda? — Ele bufou, a raiva fazendo sua voz sair em um tom quase sardônico. — Essa bandinha que você insiste em manter, essas "amiguinhas" que só te levam a problemas. Eu já estava esperando por algo assim. Não é o suficiente que você tenha sido suspensa da escola? Agora está saindo por aí fazendo o que bem entende, sem nem um pingo de respeito pela nossa família?

Ela sabia que a suspensão iria chegar nos ouvidos dos pais. Ryujin sentiu o sangue ferver nas veias. Ela não ia mais ficar calada, não dessa vez. O pai dela sempre pensava que tinha o controle de tudo. Sempre achava que podia decidir por ela. Mas não mais.

— Respeito pela família? — Ela se aproximou dele, seu tom se tornando cada vez mais ácido. — Você acha que eu respeito esse circo que você chama de "família"? Você só pensa em poder, em aparência, em controle! Eu sou só mais um item na sua lista de coisas para se gabar para os outros. Eu não sou ninguém pra você, sou só uma maldita ferramenta para manter sua imagem intacta, não sou?

O prefeito a encarou com desdém. Seus olhos estreitaram, e sua mandíbula se tensionou.

— O que você acabou de dizer? — Ele deu um passo ameaçador na direção de Ryujin. Sua postura era ameaçadora, como se estivesse prestes a perder a paciência de vez. — Como ousa falar assim comigo? Eu sou seu pai! Eu te dei tudo o que você tem! Eu te sustento, te dou uma vida confortável, te dou um futuro!

— Futuro? — Ryujin riu, a gargalhada amarga saindo de seus lábios. — O futuro que você quer pra mim é o que, hein? Seguir seus passos, ser mais uma maldita marionete nessa cidade que você controla com seu cargo? Eu não sou você, nunca vou ser você.

Ela levantou a cabeça, encarando-o de frente, sem medo, com os punhos cerrados ao lado do corpo. Ele estava em silêncio agora, como se esperasse que ela continuasse. E ela continuou.

— Eu não vou ser um boneco na sua estante. Eu não vou usar roupas caras e ir a eventos falsos só para você ter orgulho de mim. Eu não quero essa vida, e você não pode me forçar a viver assim.

O prefeito estava sem palavras por um segundo, mas a raiva transbordou de forma violenta, como se ele estivesse prestes a explodir.

— Você não sabe o que é ser responsável, Ryujin! Você acha que pode sair por aí, fazendo o que quiser, sem pensar nas consequências? Isso não é uma brincadeira, sua vida está em jogo, e você vai acabar destruindo tudo o que eu construí para você!

rockstar girlfriend » ryejiOnde histórias criam vida. Descubra agora