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hope is a dangerous thing for a woman like me to have

O clima no festival havia mudado após o show. Músicas ambientes tocavam suavemente pelos alto-falantes, criando um contraste com a energia explosiva das Rebels Vice minutos antes. Os pais de Yeji conversavam animadamente com a família do prefeito, trocando sorrisos e formalidades. Tudo parecia normal, exceto pela inquietação de Yeji.

Ryujin e as meninas estavam sumidas desde que deixaram o palco, e isso a deixava visivelmente preocupada. Ela mal conseguia se concentrar no que acontecia ao seu redor, seus olhos constantemente varrendo a multidão, buscando qualquer sinal da garota. A banda rival estava jogando um jogo de argolas em um canto, surpreendentemente pacíficas, como se não quisessem alimentar brigas naquela noite. Ainda assim, a ausência de Ryujin pesava sobre Yeji.

Yeji se afastou discretamente do grupo dos pais, procurando um pouco de privacidade para conversar com Jisu, que estava ao seu lado.

— E se eu for atrás dela? — murmurou, mais para si mesma do que para sua amiga, mas alta o suficiente para Jisu ouvir.

A amiga quase engasgou com o refrigerante que segurava, seus olhos arregalados virando-se para Yeji.

— Você não é louca. — respondeu Jisu em um tom mais alto do que pretendia, antes de perceber onde estavam e abaixar rapidamente o volume. — Yeji, para. Não vale a pena. Você sempre faz tudo isso por ela, pra na primeira vez ela surtar de ciúmes e te evitar por duas semanas? Você não vai.

Yeji desviou o olhar, mordendo o lábio inferior.

— Fora que seus pais estão aqui! — Jisu continuou, em um tom mais incisivo. — Para de ser doida, sério. Vai dar a maior confusão se eles perceberem.

Yeji suspirou pesadamente, seus ombros caindo. Ela sabia que Jisu tinha razão, mas era difícil ignorar o nó em seu peito. Por mais que Ryujin tivesse agido de forma infantil e impulsiva nos últimos dias, Yeji não conseguia evitar a preocupação. Algo naquela apresentação, na maneira como Ryujin saíra apressada, deixava uma sensação de urgência que Yeji não conseguia ignorar.

— Você não entende... — murmurou, quase inaudível.

Jisu cruzou os braços, observando-a com um olhar de desconfiança.

— O que eu entendo é que você precisa pensar mais em você, Yeji. Ela faz as coisas dela, e você fica correndo atrás como se o mundo fosse acabar. Isso precisa parar.

Yeji não respondeu, mas a expressão em seu rosto mostrava que sua mente estava longe. Algo dentro dela dizia que precisava encontrar Ryujin, mas a presença de seus pais, combinada com as palavras de Jisu, a mantinha parada no lugar. 

— Você nunca abaixa a cabeça pra ela, mas sempre corre pra ela. Não faz diferença. — Jisu suspirou, segurando o braço de Yeji com um toque firme. — Vem, vamos passear.

Yeji hesitou por um momento, mas acabou cedendo. Talvez Jisu estivesse certa, e se distrair fosse a melhor coisa a fazer no momento.

As duas começaram a andar pelo festival, passando pelas barracas decoradas com luzes coloridas. O ambiente estava animado, com alunos e visitantes conversando e experimentando as comidas típicas. Yeji tentava ao máximo desviar seus pensamentos de Ryujin, interagindo com os colegas que encontravam pelo caminho.

Ao virarem uma esquina, avistaram Karina e suas amigas em uma roda, rindo de algo que aparentemente só elas entendiam. Elas sempre estiveram sempre bem vestidas, dessa vez mostravam um sorriso carismático enquanto conversavam. Minjeong estava ao lado dela e sorriu cumprimentando ela animada.

Yeji e Jisu continuaram andando pelo festival, mas a atmosfera havia mudado. Enquanto as luzes coloridas e a música ambiente criavam um clima acolhedor, a interação estranha com Minjeong parecia pairar como uma nuvem sobre a cabeça de Yeji. Ela estava distraída, mordendo o lábio de leve enquanto seus pensamentos divagavam. Jisu, percebendo o silêncio prolongado, soltou um suspiro irritado.