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i wanna be free

Ao acordar, Ryujin sentiu como se uma marreta estivesse batendo em sua cabeça a cada respiração. A dor era intensa, e ela mal conseguia se mexer sem piorá-la. Sentada em sua cama, ainda meio zonza, notou que suas amigas estavam dormindo abraçadas ao seu lado, parecendo tranquilas, alheias à sua dor de cabeça terrível.

Normalmente, Ryujin aproveitaria uma situação assim para fazer alguma piada ou provocação, mas hoje até pensar em algo engraçado era um sacrifício. Sua cabeça latejava tanto que qualquer esforço parecia impossível; era, sem dúvida, a pior ressaca que tivera em meses.

Ela se esforçou para lembrar dos acontecimentos da noite anterior. Havia alguns flashes de memória, cenas soltas, mas nenhum detalhe claro. Não fazia ideia de como tinha ido parar em sua cama ou de como a noite havia terminado. Pelo menos teve a sorte de acordar ali com suas amigas, sem ninguém além delas por perto, o que trazia uma pequena sensação de alívio em meio ao desconforto da ressaca.

Era uma terça-feira ensolarada, mas o ar frio de outono invadia o quarto, fazendo Ryujin se encolher mais debaixo da coberta enquanto tentava despertar totalmente. Ela ficou ali, ainda sonolenta, aproveitando o calor das cobertas e a tranquilidade do momento. Notou que suas amigas também começavam a se mexer, sinal de que logo acordariam.

Ryujin agradeceu mentalmente pelo silêncio que preenchia a casa. Apenas o som distante de aspiradores e o leve tilintar de louças eram ouvidos, provavelmente as diaristas fazendo seu trabalho. Não havia sinal dos incômodos saltos da primeira-dama ou dos ruídos do escritório do prefeito. Uma terça-feira tranquila e calma, o que era raro naquela casa.

Ela pegou o telefone ao lado e viu notificações. Havia mensagens de sua ex-namorada, mas nem se deu ao trabalho de ler; apenas arquivou o chat, sem interesse em lidar com aquilo naquele momento. Entre as notificações, também estavam algumas mensagens dos pais e, o mais importante, mensagens de Yeji. Confusa, abriu o chat, pois mal lembrava da troca de mensagens. Ao começar a ler, percebeu que sua memória realmente estava falhando; não tinha ideia de como aquela conversa havia começado.

As primeiras mensagens tinham sido apagadas por Yeji, deixando apenas as respostas de Ryujin e algumas últimas mensagens de Yeji, que a convidava para sair algum dia. Quanto mais tentava entender o que havia acontecido e o porquê de suas mensagens parecerem tão bagunçadas, mais sua cabeça doía. Suspirando, decidiu responder apenas com um "Tudo bem, me avise quando quiser sair", e deixou o telefone de lado.

— Acordem, suas boiolas. — disse, jogando-se sobre Yuna e Chaeryeong, que resmungaram e se moveram, claramente incomodadas com a interrupção. — Vamos, porra. Temos ensaio hoje.

As amigas, ainda meio sonolentas, foram despertando aos poucos, sabendo que a paz daquela terça-feira já estava para acabar.

Yuna e Chaeryeong resmungaram um pouco, mas acabaram se levantando, enquanto Ryujin as apressava. Após um banho rápido para espantar o resto da ressaca, as três desceram para a cozinha, onde prepararam um café da manhã improvisado com torradas e café forte, rindo e comentando brevemente sobre as poucas lembranças da noite anterior.

Assim que terminaram, pegaram seus instrumentos e saíram rumo à casa de Yuna, onde costumavam ensaiar. Apesar da preguiça inicial, o clima entre elas era animado, e a caminhada ao ar livre ajudou a despertar as meninas, já preparadas para uma longa sessão de ensaio.

Do outro lado da cidade, Yeji e Jisu estavam na escola. Elas haviam decidido sair mais cedo naquele dia, já que o professor da última aula tinha faltado. Foi uma decisão atípica para Yeji, que sempre se sentia mal em sair antes do horário ou faltar. Mas hoje ela abriu uma exceção, pois sua cabeça estava cheia de pensamentos que mal conseguia organizar.