Recomeço - Richard Rios

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— C L A R A  S O U Z A —

Era uma noite bem animada, e eu estava na arquibancada com o Richard, os dois observando atentamente o Lucca no campo. Ele estava jogando com toda a garra, e a gente mal conseguia ficar quieto de tanta emoção. O Lucca estava evoluindo cada vez mais, e eu não podia esconder o orgulho.

Richard estava mais empolgado do que o normal, e não parava de dar palpites a cada jogada.

- Caralho, olha o Lucca! Esse moleque é bom demais. - ele gritou, pulando na arquibancada com as mãos na cabeça quando o Lucca fez uma boa jogada.

Eu ri, me sentindo meio constrangida com os gritos, mas também adorando ver o Richard tão envolvido. Ele sempre foi assim, intensamente apaixonado por qualquer coisa que fizesse.

- Porra, Richard, calma! Cê vai acabar chamando atenção demais - falei, rindo, tentando me controlar. Mas não adiantava, ele estava fora de si.

- Pô, meu bem, não tem como não pirar vendo o nosso moleque jogar assim! Olha essa visão de jogo, é de quem já joga futebol há mó tempão - ele falou, ainda empolgado. O sorriso dele era contagiante.

Lucca correu pelo campo, driblando um ou outro jogador e logo fez uma jogada incrível, passando por dois adversários e quase marcando. Eu não conseguia esconder a felicidade.

- Viu? Esse é o meu garoto! Vai ser craque, não tem jeito - disse Richard, me dando um beijo rápido no rosto.

Eu dei risada e aproveitei para zoar ele um pouco.

- Caraca, Richard, tá mais nervoso que o próprio Lucca. Vai lá e dá o exemplo, mi amor - brinquei, cutucando ele.

Ele me olhou com aquele sorriso, como se não fosse nem um pouco difícil manter a empolgação.

O jogo continuou, e Richard ficou me dando palpite atrás de palpite, cada um mais animado que o anterior. Era engraçado ver como ele se entregava a tudo que fazia, seja no campo ou nas arquibancadas.

- Cê tem que ver o quanto o Lucca é bom! - Richard repetia, e eu só dava risada, admirando o quanto ele estava imerso naquele momento. Ele realmente acreditava que o Lucca poderia se tornar um grande jogador, e eu também.

Eu não conseguia deixar de me emocionar enquanto observava o Lucca em campo. Com apenas oito anos, ele já era considerado o melhor da equipe, e, a cada jogo, parecia que ele só ficava mais impressionante. Toda vez que ele entrava em campo, marcava um gol era quase inacreditável o quanto ele evoluiu em tão pouco tempo. A paixão dele pelo futebol era algo de outro mundo, e eu não poderia estar mais orgulhosa.

- Novo Neymar dessa geração, tá? - eu disse, olhando pra Richard, rindo da comparação. Ele virou pra mim com aquele sorriso orgulhoso e empolgado, claramente o maior fã do Lucca.

- Porra, cê viu o que esse moleque fez? Ele tem talento, é impressionante! Vai ser o maior jogador que esse Brasil já viu - ele respondeu, com a empolgação de quem já está vendo o futuro do filho brilhando. Eu concordava completamente, Lucca tinha algo especial.

Eu não podia deixar de me sentir realizada, vendo o pequeno alcançar uma evolução tão rápida, e ver o Richard tão orgulhoso do filho que estava formando. Lucca não era só um reflexo da habilidade e determinação de Richard, mas também a confirmação de que a paixão pelo futebol passava de geração para geração.

Lucca acaba fazendo o seu. Ele comemorou o gol apontando para a garotinha na arquibancada, e eu fiquei de cara. Não era possível que ele tinha feito isso e não dedicado o gol pra mim.