Era de dia já, e o sol tava começando a invadir o quarto. Olhei pro lado e vi a branquinha, minha princesa, dormindo na cama, com só o lençol cobrindo o corpinho dela. Não sei o que tinha, mas ela ficava ainda mais linda. Dava vontade de não sair do lado dela, de ficar ali só admirando, mas o dia tava chamando, e eu tinha que me aprontar pra mais uma rotina de treino.
Levantei devagar, pra não fazer barulho, e fui até a janela dar uma olhada no tempo. A rua tava tranquila, parecia que o mundo lá fora ainda tava desacordado, igual a Clara. E, porra, ela tava dormindo feito uma deusa, mas eu sabia que a rotina ia bater logo mais, como sempre. Não tinha como ficar parado por muito tempo.
Voltei pra cama e, antes de sair, dei uma olhada nela novamente. Não resisti e dei um beijinho na testa dela.
- Acorda. - Falei baixinho, passando a mão no cabelo dela. Ela se mexeu um pouco, mas não acordou. Eu sorri, sabendo que ela ainda ia querer mais uns minutos de sono.
Aí, foi quando o celular tocou. Caralho, quem será agora, tão cedo? Era o Veiga, claro. .
"Richard, porra! Onde cê ta? "
Levantei e fui até a cozinha fazer um café. A Clara ainda tava no seu sono profundo, então aproveitei pra me organizar. Mas, não resisti, voltei lá no quarto e sentei na beirada da cama.
- Mi amor, cê vai dormir até mais tarde mesmo? - Falei, com um sorriso.
Ela abriu os olhos devagar e me olhou com aquele olhar preguiçoso.
- Você não me deixa nem dormir em paz, mano - ela respondeu com aquele jeito dela, sem abrir muito os olhos, mas já sabendo que eu ia dar um jeito de fazê-la acordar.
Eu ri baixinho, me divertindo com a cena dela tentando voltar a dormir.
- Pô, cê sabe que o dia começa melhor quando a gente acorda junto. - Eu falei, dando um beijo no pescoço dela.
Ela riu e se afastou um pouco, esticando os braços.
- Cê tem razão, mas me deixa descansar mais um pouco, vai - ela falou, se acomodando de novo.
- Caraí, Clara, você é a mulher mais preguiçosa do mundo, hein? - Falei, rindo. - Não vai nem me dar um café da manhã hoje?
Ela sorriu com aquele sorriso que sempre.
- Vai fazer o café pra gente, então. - Ela brincou.
- Ah, então tá! Vou lá fazer café, mas hoje tem festa do Rony, vai querer ir ou vai ficar em casa? - Perguntei, enquanto me levantava.
Ela só riu e me deu um olhar de desafio.
- Porra, cê não vai fazer mais nada além de trabalhar e sair com seus amigos, Richard? - Ela falou.
Eu dei um sorriso malandro, sabia que ela tava brincando, mas também entendia o recado.
- cê me conhece... mas hoje eu só quero você aqui, comigo, relaxando. - Falei, piscando. - Mas se quiser ir na festa pode ir.
Cheguei no CT e, logo que pisei na porta, os caras começaram com as piadas. O clima tava leve, mas a zoeira era inevitável.
- Caralho, Richard, o que aconteceu com esse pescoço aí? Parece que você foi atacado por um vampiro! - O Gabriel Menino não perdeu tempo, já apontando pro roxo que eu ainda tinha. Fiquei olhando, tentando disfarçar o riso.
- Porra, Richard, cê não tem vergonha, não? - O Gustavo Gómez já veio em seguida, rindo, com aquele sotaque carregado. - Como cê vai explicar isso pros caras no treino?
Eu tentei me controlar, mas não tinha como. Aquela turma não me dava trégua.
- Mano, eu não sei nem o que falar... Acho que foi o sol forte da noite - falei, tentando bancar o sério, mas a risada foi inevitável.
O Piquerez, claro, se intrometeu logo depois, soltando uma piadinha.
- Pô, Richard, só não esquece que o roxo aí vai desaparecer antes de você aparecer em campo! - E todo mundo foi pra risada. Esses caras não perdem uma chance de fazer zoeira, ainda mais quando o alvo sou eu.
O Dudu, sempre com aquele jeitinho brincalhão, logo complementou:
- Caralho, agora que vi, é um ataque de vampiro? - e todo mundo desandou a rir.
Eu já sabia o que ia acontecer, e era melhor levar na esportiva. Quando os caras começam com isso, não tem como se esconder. Tentei dar uma resposta rápida, mais pra entrar na brincadeira do que me irritar.
- Porra, vocês tá em greve com as mulher de voces né? Não é possível.- Eu soltei com aquele sorriso de canto, porque sabia que a zoeira vinha, mas a provocação também. - Foi minha mina Caraí.
- Caraca, Richard, cê não tem limite! O que será que a Clara vai pensar quando souber que tá todo mundo zoando o roxo? - E todo mundo riu ainda mais.
Enquanto eu tentava me esconder de mais uma rodada de piadas, o Gomez e o Luan deram risada, mas pelo menos tentaram me dar um descanso.
- Porra, para de ser babaca, galera. Ele já tá levando em boa, já - o Luan falou, tentando dar uma amenizada.
Tirei um sarro, virei pro lado e dei risada também.
- Porra, só porque eu sou o alvo hoje, né? Mas relaxa, no jogo vou arrasar. E o roxo vai sumir, pode deixar - falei, com aquele sorriso debochado que só eu sabia dar.
Sentei ali, me preparando para o treino, mas já sabia que os caras iam continuar com as piadas até o fim do dia. No fundo, eu sabia que era tudo na brincadeira, e me diverti com isso.
Chego em casa após o treino, com o cansaço ainda nos meus ombros, mas a mente totalmente focada em como seria bom estar em casa com a Clara.
Clara estava na sala, mexendo no celular, mas logo levantou quando me viu entrar. O jeito que ela sorriu, como se estivesse me esperando, fez todo o estresse do treino desaparecer.
- E aí, como foi o treino? - ela perguntou, já se aproximando com aquele jeitinho dela.
- Cara, os caras não pararam de zoar - falei, jogando minha mochila na cadeira. - Não dá pra fazer nada sem me zoarem, minha princesa.
Ela riu, levantando as sobrancelhas.
- O que, de novo? - ela brincou, sabendo que sempre havia uma história divertida.
- Eles piraram com as marcas que você deixou no meu pescoço - disse, me sentando no sofá e a puxando para o meu lado. - Não me deixam em paz.
Ela deu uma risada e me olhou com aqueles olhos que sempre me pegavam de surpresa. Fiquei olhando pra ela, me sentindo o cara mais sortudo do mundo.
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