Kim Dokja acorda sentindo o peso da gravidade o arrastando para baixo, os sentidos entorpecidos. Seus olhos se ajustam à escuridão, e ele percebe que está deitado em um beco estreito e úmido, longe de qualquer familiaridade. O céu de Yokohama está nublado, carregado, e o som distante de sirenes alerta sua mente para o perigo.
Ele se levanta com dificuldade, tentando ativar The Fourth Wall para entender a situação, mas, ao tentar, um vazio absoluto o invade. Sem sua habilidade, ele se sente exposto, como se uma camada protetora tivesse sido arrancada à força. Ele reprime um sentimento de pânico e se força a seguir em frente. Em cada esquina, observa os edifícios e as pessoas que passam apressadas, o coração acelerado enquanto busca algum sinal de que está em segurança.
Subitamente, uma sombra alta e esguia aparece, bloqueando sua passagem. É Dazai Osamu, que o observa com aquele sorriso enigmático e meio torto.
— Perdido? — Dazai pergunta, a voz carregada de ironia.
Dokja, com a postura tensa, disfarça seu desconforto e responde com cautela:
— Talvez. Depende de onde estou, exatamente.
Dazai estreita os olhos, vislumbrando uma aura de mistério ao redor de Dokja, algo que ele raramente vê nas pessoas comuns. Sem perder o sorriso, ele diz:
— Bem-vindo a Yokohama. Você parece... deslocado. Por que não me acompanha? Talvez possamos encontrar algo interessante juntos.
Dokja hesita, mas percebe que está sem opções e, ao mesmo tempo, sem defesa. Ele aceita, esperando que Dazai o leve a algum lugar seguro. Ao longo do caminho, eles trocam poucas palavras, mas cada palavra de Dazai é carregada de um sarcasmo intencional, como se ele estivesse testando a paciência e a resistência de Dokja. Dokja, por outro lado, se esforça para esconder seu nervosismo, e tenta ler a personalidade imprevisível de Dazai.
Na sede da Agência de Detetives Armados, Dokja se sente como um peixe fora d'água. Ele observa cada membro, tentando adivinhar suas habilidades e intenções. Dazai o apresenta de maneira casual, como se fosse um conhecido há muito tempo perdido, e o coloca sob os olhares intensos dos outros membros, especialmente de Kunikida.
Kunikida, que é disciplinado e meticuloso, observa Dokja com desconfiança. Ele não acredita que alguém tão enigmático e aparentemente desorientado possa ser confiável.
— E por que, exatamente, deveríamos confiar em você? — Kunikida questiona, mantendo-se firme.
Dokja, sabendo que precisa ganhar a confiança deles, responde com sinceridade:
— Eu... estou longe de casa. E confesso que não sei como voltei a esse mundo. Mas estou disposto a ajudar, se vocês me derem uma chance.
Atsushi, mais empático e compreensivo, percebe a angústia oculta nas palavras de Dokja e sugere:
— Talvez ele possa provar seu valor. Todos aqui já passaram por momentos de incerteza. Não é justo julgá-lo de imediato.
Após alguma deliberação, Kunikida, embora ainda relutante, cede. Dazai então sugere que Dokja acompanhe a Agência em uma missão simples para começar, mas no fundo ele parece ansioso para ver como Dokja reagirá diante do perigo. Dokja, aceitando o desafio, sente um misto de receio e excitação enquanto se prepara para a missão.
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Entre Linhas e Destinos: BSD x ORV
FanfictionKim Dokja se vê perdido em Yokohama, uma cidade dominada por habilidades sobrenaturais e cheia de intrigas perigosas. Sem sua habilidade The Fourth Wall, ele se vê vulnerável e cercado por figuras misteriosas, como o enigmático Dazai Osamu e o impul...