Capítulo 25 - A Perda e a Esperança

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A tristeza foi como uma onda, engolindo Aki por completo. Ela olhou para Kim Dok Ja, que estava ali, fisicamente intacto, mas com uma alma tão distante que ela mal conseguia alcançá-lo. O homem que ela amava não estava mais lá, e isso a dilacerava por dentro.

Dalcora, vendo a dor de sua irmã, sabia que ela não ia desistir. Aki nunca foi uma pessoa de se render facilmente, e ele não acreditava que ela fosse agora. Mas ele também sabia que a situação era ainda mais complicada do que parecia. Kim Dok Ja não era mais a mesma pessoa. Algo na alma dele havia sido fragmentado, e ele agora estava em uma jornada de autodescoberta, lutando contra os pedaços perdidos de si mesmo.

"Aki," Dalcora disse, suavemente, mas com firmeza. "Eu sei que você está sofrendo, mas você não pode esquecer que ainda há uma chance. Nós temos que ajudá-lo a se encontrar de novo, a reconstruir a memória dele. Não podemos abandonar tudo só porque ele está perdido agora."

Aki olhou para seu irmão, as lágrimas finalmente caindo. Ela sabia que Dalcora estava certo. Não podia desistir. Não podia deixar Kim Dok Ja ir sem lutar por ele, mesmo que ele fosse uma versão de si mesmo que ela não conhecia mais. Se havia uma chance de trazê-lo de volta, ela usaria todas as forças dela para encontrar essa possibilidade.

"Eu não vou desistir dele, Dalcora," Aki disse, com uma voz mais firme agora, apesar da dor. "Ele é meu. Ele sempre será."

Com a determinação renovada, Aki sabia que a jornada não havia terminado. Era só o começo de uma nova luta, uma luta não apenas para trazer Kim Dok Ja de volta à vida, mas para reconstruir a alma que ele havia perdido.

Com o tempo, Aki e Dalcora começaram a investigar maneiras de restaurar a alma de Kim Dok Ja. Eles recorreram a magias antigas, aos segredos mais obscuros e às mentes mais brilhantes que podiam encontrar. Mas a cada passo, ficava mais claro que o que havia acontecido com ele no ritual não poderia ser consertado facilmente.

Kim Dok Ja, por sua vez, estava preso em um estado de confusão. Às vezes ele parecia reconhecer fragmentos de sua vida anterior, mas por outras vezes, parecia que ele estava se tornando uma pessoa completamente diferente. Aki sentiu isso como uma dor contínua em seu coração, mas não podia desistir. Não importava quantas vezes ele a olhasse sem reconhecer seu nome ou o vínculo entre eles, ela não iria deixá-lo ir.

"Você está voltando... não importa quanto tempo isso leve." Aki sussurrou uma noite, enquanto observava Kim Dok Ja dormir, uma expressão triste em seu rosto. "Eu vou esperar por você."

Os dias se passaram, e Aki estava consumida pela busca incessante para restaurar a memória de Kim Dok Ja. Cada vez que ele a olhava com os olhos vazios, uma parte dela se despedaçava, mas ela não podia desistir. Mesmo quando ele começava a questionar sua própria identidade, Aki permanecia firme ao seu lado. Ela não iria abandonar a esperança.

Dalcora, apesar de ser cético quanto ao sucesso do ritual, viu a dedicação de Aki. Sabia que, sem ela, Kim Dok Ja nunca seria o mesmo. Mas ele também estava ciente de que algo além do corpo precisava ser restaurado — algo que transcendia o simples retorno de uma alma.

"Talvez o problema não seja só a alma dele, Aki," Dalcora comentou certa manhã enquanto os dois estudavam os antigos textos sobre a manipulação de almas. "É como se ele estivesse dividido, como se o que restou não fosse o suficiente para reconstituir o Kim Dok Ja de antes. Talvez seja algo no próprio tecido da realidade que tenha mudado após o ritual..."

Aki olhou para ele, inquieta. "Mas ele está aqui. Ele está vivo, e isso já é uma chance. Eu vou encontrar a solução. Se não for pelo ritual, então... será pela força do nosso vínculo."

Dalcora observou sua irmã, com um sorriso triste. Ele sabia que Aki não descansaria até conseguir o que queria, e ele também sabia que a jornada seria muito mais difícil do que imaginavam. Contudo, ele estava disposto a ajudá-la, porque sabia que esse amor entre os dois — entre Aki e Kim Dok Ja — poderia ser a chave para algo mais profundo. Algo que nem eles imaginavam.

Entre Linhas e Destinos: BSD x ORVOnde histórias criam vida. Descubra agora