Capítulo 2 - O Peso de Uma Nova Realidade

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Na missão, Dokja sente o peso de sua falta de habilidades. A equipe enfrenta um grupo de adversários da Máfia do Porto, e Dokja percebe como cada um dos detetives age com precisão e confiança, algo que ele sempre observava à distância, mas nunca viveu em primeira mão. Ele tenta ajudar como pode, mas sente-se cada vez mais frustrado e vulnerável.

A batalha se intensifica, e Atsushi quase é pego por um ataque que o atiraria de um prédio. Sem pensar, Dokja se joga em seu caminho, empurrando-o para a segurança e ficando ele mesmo ferido. Embora o ferimento não seja grave, todos percebem a coragem do gesto.

Após a batalha, Kunikida o observa com menos desconfiança, e Atsushi o agradece sinceramente.

— Você poderia ter se machucado seriamente. Não precisava ter feito isso, Dokja.

Dokja apenas sorri, evitando um contato visual prolongado, e responde:

— Não sei explicar... só senti que devia ajudar. Acho que, mesmo sem The Fourth Wall, ainda sou responsável pelas pessoas ao meu redor.

Dazai, observando a cena com um leve sorriso, parece ver potencial em Dokja e decide que ele merece uma chance de se adaptar.

Enquanto Dokja passa mais tempo com a Agência, ele começa a perceber a profundidade das intrigas em Yokohama. Ele descobre que Mori Ougai, o líder da Máfia do Porto, tem uma obsessão em desvendar segredos sobre habilidades sobrenaturais e que, de alguma forma, parece interessado nele. Isso o deixa em alerta, já que ele percebe que talvez sua chegada não tenha sido tão aleatória quanto imaginava.

Dokja começa a se questionar: Mori sabe algo sobre seu mundo? Ele é parte de algum plano maior?

Em uma noite silenciosa, enquanto todos estão descansando, Dokja é abordado por Dazai, que parece ter percebido seu nervosismo.

— Você sabe mais do que está dizendo, Dokja — Dazai comenta em um tom baixo. — E isso pode nos colocar em perigo. O que você realmente é?

Dokja hesita. Ele sabe que está pisando em terreno delicado. Opta por contar parte da verdade, mas sem revelar detalhes sobre seu papel como "leitor".

— Sou... alguém de outro mundo. E isso pode atrair pessoas que querem explorar esse conhecimento. Não quero envolver vocês, mas... sozinho, não vou conseguir enfrentar isso.

Dazai, percebendo a sinceridade nas palavras de Dokja, o aceita, embora com uma pitada de desconfiança. Ele deixa claro que a Agência não tolera segredos, mas oferece sua ajuda, ainda que cautelosa.

Com a confiança crescente da equipe, Dokja começa a criar laços verdadeiros com os membros. Em especial, ele e Atsushi desenvolvem uma amizade que cresce a cada dia. Dokja vê em Atsushi uma espécie de espelho de sua própria vulnerabilidade e força escondida, e Atsushi encontra em Dokja uma companhia que compreende a complexidade de carregar um destino que não escolheu.

Durante um momento tranquilo, Dokja confessa a Atsushi que sente falta de seu próprio mundo, mas ao mesmo tempo teme voltar. Atsushi entende a dualidade desse sentimento e tenta confortá-lo.

— Acredito que, mesmo em um mundo novo, você vai encontrar seu propósito, Dokja. E... agora você tem a gente também.

Essa amizade se torna um ponto de apoio emocional para Dokja, que começa a sentir que a Agência é mais do que um refúgio temporário. Ele percebe que pode ser mais do que apenas um "leitor", e talvez, ali em Yokohama, ele tenha uma chance real de criar sua própria história.

Entre Linhas e Destinos: BSD x ORVOnde histórias criam vida. Descubra agora