Capítulo 3 - O Fardo do Passado

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Dokja ainda não conseguiu se acostumar completamente com a vida em Yokohama, especialmente quando uma missão acaba despertando traumas antigos. Ele é enviado em uma missão com Dazai e Kunikida, e durante a operação, eles se deparam com um grupo de mercenários sob o comando de uma figura misteriosa da Máfia do Porto. No meio do combate, Dokja é encurralado por um inimigo e, por um momento, ele é forçado a reviver uma de suas piores lembranças.

A batalha se acirra, e Dokja começa a sentir um peso emocional intenso ao ver uma das suas maiores falhas do passado se repetir. Ele começa a perder o controle, mas, antes que o pior aconteça, Dazai aparece e o resgata, capturando a atenção do inimigo.

Após a luta, Dokja se sente profundamente culpado por quase ter colocado seus companheiros em perigo. Durante a recuperação no hospital, Dazai visita-o, e eles têm uma conversa íntima.

- Não deixe o passado controlar você, Dokja - Dazai diz, de forma séria. - A realidade pode ser cruel, mas você está aqui por uma razão. E a razão não é para carregar o fardo sozinho. Não me importa de onde você veio, só me importa o que você vai fazer agora.

Dokja, tocado pelas palavras de Dazai, começa a perceber que talvez o maior desafio não seja lutar contra inimigos externos, mas contra os demônios internos que o perseguem.

A relação entre Dokja e os membros da Agência se fortalece. Kunikida, inicialmente desconfiado, começa a perceber que Dokja é mais do que um simples forasteiro. Em uma missão particularmente tensa, onde a máfia tenta emboscar a Agência, Kunikida se vê preso em uma situação onde a única saída seria sacrificar uma parte importante de sua estratégia.

Dokja, vendo a situação de longe, toma uma decisão arriscada e faz algo inesperado: ele se infiltra nas fileiras da máfia, usando seu conhecimento do cenário para desestabilizar os planos dos inimigos. A manobra é ousada, mas com um toque de precisão - algo que Dazai havia notado de forma sutil, mas que Kunikida só consegue apreciar depois.

Durante o confronto, Kunikida se aproxima de Dokja e, pela primeira vez, diz:

- Não sei se você está apenas tentando se salvar ou se tem um propósito maior, mas... obrigado. Não esperava isso de você.

Dokja, com um sorriso fraco, responde:

- Eu só... não quero que mais pessoas se machuquem por causa de mim.

Ao final da missão, Dokja começa a entender que não está mais sozinho. A Agência, com todos os seus conflitos e divergências, começa a se tornar sua nova família. Mas a consciência de que está em um mundo estranho ainda pesa, e a sensação de que algo maior está por vir o assombra.

A paz que parece reinar após mais uma missão bem-sucedida é interrompida quando uma nova ameaça aparece. Dazai começa a agir de forma cada vez mais estranha, como se estivesse se distanciando da Agência, e os membros começam a suspeitar de suas intenções. Dokja, percebendo que há algo muito mais profundo acontecendo, tenta investigar sozinho, mas se vê em um beco sem saída.

É quando ele tem uma conversa tensa com Chuuya, que revela, de forma cautelosa, um segredo importante: a Máfia do Porto tem planos para usar a habilidade de Dokja para fins próprios. O que parecia ser apenas uma coincidência - sua chegada em Yokohama - começa a se mostrar parte de um jogo muito maior, envolvendo Mori Ougai, Dazai e outros poderes desconhecidos.

- Não se engane, Dokja - Chuuya avisa, olhando nos olhos dele com seriedade. - Você é uma peça nesse jogo. Eles estão todos atrás de algo que você não entende completamente ainda. Mori Ougai quer algo que você tem, e isso não vai acabar bem para ninguém.

Dokja fica abalado com a revelação. Ele sente o peso da responsabilidade, mas também a crescente dúvida sobre até que ponto pode confiar em Dazai, a quem começou a ver como um aliado e amigo.

Entre Linhas e Destinos: BSD x ORVOnde histórias criam vida. Descubra agora