Capítulo 32 - O Jogo de Fitzgerald

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Fitzgerald não deu uma resposta imediata. Ele gostava de prolongar a tensão, saboreando o desconforto nos rostos de seus convidados. Finalmente, ele levantou-se e caminhou até Aki, olhando-a de cima a baixo.

"Você parece carregada de segredos," ele disse, seu tom quase brincalhão. "E segredos têm um preço. Mas não se preocupe, eu sou um homem justo. Quero apenas... um favor."

Dalcora deu um passo à frente, colocando-se entre Aki e Fitzgerald. "E que tipo de favor seria esse?"

Fitzgerald sorriu, satisfeito com a reação protetora. "Ah, algo simples. Uma pequena missão para testar sua lealdade. Nada que vá causar grandes problemas... para mim, é claro."

Kim Dok Ja estreitou os olhos. Ele sabia que Fitzgerald estava armando algo, mas não podiam recusar sem colocar tudo a perder. "Qual é a missão?"

Fitzgerald se virou e caminhou até uma janela com vista para a cidade flutuante. "Há um artefato que quero, mas não posso obtê-lo diretamente. Está em posse de um... concorrente. Tragam-no para mim, e eu lhes darei acesso ao Relicário."

Dazai cruzou os braços. "Deixe-me adivinhar: esse 'concorrente' é alguém que odeia sua presença, e o artefato é protegido por um exército."

"Exato," Fitzgerald respondeu, sem nem tentar negar. "Mas confio que um grupo tão... talentoso quanto o de vocês saberá lidar com isso."

O grupo deixou o salão de Fitzgerald com mais perguntas do que respostas. No caminho de volta à pousada improvisada onde estavam alojados, Aki finalmente quebrou o silêncio.

"Não podemos confiar nele. Mesmo que consigamos o artefato, ele provavelmente vai tentar nos trair."

"Concordo," Kim Dok Ja respondeu. "Mas precisamos do Relicário. Vamos usar isso a nosso favor."

Dalcora olhou para a irmã, preocupado. "E se ele estiver nos levando direto para uma armadilha?"

"Provavelmente está," Dazai disse, com seu sorriso habitual. "Mas é exatamente por isso que temos que nos antecipar."

Chuuya suspirou. "Ótimo. Mais um plano suicida. Só espero que desta vez Dazai não decida explodir algo sem avisar."

Enquanto discutiam, Aki sentiu uma pontada no peito, como se o Orbe estivesse reagindo a algo. Ela parou por um momento, segurando-se na parede para manter o equilíbrio.

"Aki, está tudo bem?" perguntou Kim, aproximando-se dela.

Ela assentiu lentamente, tentando disfarçar. "Sim... só uma tontura."

Dalcora observou a irmã, percebendo o quanto ela parecia mais pálida. "Precisamos resolver isso logo. Cada minuto que passa, o Orbe está matando você."

"E é exatamente por isso que vamos completar essa missão," ela respondeu, com a voz firme. "Porque não vou desistir."

A equipe partiu na madrugada, guiada por uma descrição vaga do esconderijo do artefato: uma antiga torre de cristal no limite do território da Guilda. A estrutura era conhecida por ser protegida por armadilhas letais e por um misterioso guardião. Fitzgerald parecia certo de que o grupo seria capaz de enfrentar qualquer perigo, mas eles sabiam que ele apenas os via como peões.

"Quantas vezes temos que arriscar nossas vidas por promessas vagas?" murmurou Chuuya enquanto atravessavam um desfiladeiro cercado por árvores de vidro.

"Você se acostuma," respondeu Dazai, como se fosse uma piada, mas havia seriedade em sua voz.

Kim Dok Ja observava os arredores em silêncio, analisando cada detalhe do terreno. Sua mente trabalhava freneticamente, traçando cenários para o pior desfecho possível. Aki, apesar da fraqueza que começava a dominá-la, tentava manter-se firme, enquanto Dalcora caminhava ao seu lado, como uma sombra protetora.

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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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