Do outro lado do lago o clima também não estava dos melhores, enquanto as moradoras faziam um acordo silencioso sobre não comentar o que tinha ocorrido, as duas amigas conversavam na grande varanda. Tzuyu suspirou pesadamente após contar tudo o que precisava para Momo que estava ao seu lado.
A brisa leve que balançava os galhos e o barulho da correnteza já eram comuns naquele lugar, mas no momento, a paisagem por mais bonita e agradável que fosse, não era suficiente para relaxar a morena.
— Uau. — Momo disse depois de alguns segundos em silêncio.
— É... — Tzuyu repuxou os lábios. Imaginou-se contando tudo para a amiga, mas não naquela situação. Não daquela forma.
Tzuyu mantinha os braços apoiados no parapeito de madeira do deck, o seu olhar tentou não encontrar o da outra durante toda a conversa, talvez por se sentir um pouco constrangida, mas ao olhar de soslaio viu um quase sorriso desenhar os lábios de Momo.
— O que é esse sorriso?
Com a pergunta, o repuxar dos lábios da outra tornou-se um pouco mais nítido.
— Sei que o momento não pede isso, mas no final parece que a Dah sempre esteve certa. — Revelou Momo. Não que achasse graça da situação, mas pensar que toda aquele implicância resultou nisso era no mínimo irônico.
Tzuyu concordava, mas não é como se mudasse algo.
— Do que adianta se agora 'tá tudo uma merda. — Ela constatou.
— Sinceramente eu não sei o que soa mais surreal. — Momo acariciou o queixo com uma das mãos. — Você ter tomado a iniciativa de beijar ela mesmo sendo lerda ou ela ter gostado de você por tanto tempo.
Eu não sou lerda. Tzuyu pensou.
— Posso contar uma coisa? — Tzuyu perguntou, virando-se para a amiga e ignorando completamente o que a outra havia falado.
— E ainda tem mais? — A mais alta arqueou as sobrancelhas. Achava que toda aquela história já tinha sido o suficiente.
Tzuyu acabou soltando um riso abafado, mesmo que de forma descontente.
— No dia que aconteceu aquele jantar, eu tinha a achado interessante. — Admitiu pela primeira vez. — Antes dela começar a implicar com tudo que eu falava e a gente acabar discutindo em plena mesa.
As memórias daquele dia eram frescas na memória das duas garotas, mas a japonesa não imaginou que a melhor amiga havia se interessado por Sana, afinal, a discussão daquele dia tinha roubado a cena completamente.
Aquelas duas já aprontaram muito, não sabia como aguentava. Talvez tenha sido por isso que a sua namorada criou aquele plano. Depois de tanto constrangimento por discussões em horas inoportunas quem aguentaria?
— Vocês nos fizeram passar vergonha, nunca vou me esquecer. — Momo lembrava bem dos olhares dos outros cliente para a mesa delas, nunca quis tanto enfiar a cabeça em um buraco quanto naquele dia.
— Ela não tinha pra que discordar sobre meu campeão favorito no League of Legends. — Tzuyu sorriu de leve lembrando do ocorrido.
— Vocês discutiram por um jogo, Tzuyu. Foi patético. — Era óbvio que Tzuyu concordava com isso também, mas não diria em voz alta.
As brigas sempre foram por motivos como aquele, fosse um personagem em um jogo, um gosto para comida ou até mesmo na escolha da casa onde elas fariam uma sessão de filmes.
— Eu não entendia bem toda aquela raiva que ela demonstrava ter de mim, sempre pareceu algo muito gratuito e eu acabei retribuindo as provocações. Afinal, chumbo trocado não dói. — Tzuyu explicou. — Sabe... acho que eu preferia nossas discussões por besteira do que essa situação.
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Acaso Prometido || Satzu
FanfictionCansadas de ter que aturar suas melhores amigas em um pé de guerra há dois anos, as namoradas, Momo e Dahyun, decidem bolar um plano como uma última tentativa de fazer aquele inferno acabar de uma vez por todas. E o plano envolvia: uma casa de campo...