≧\✦¿𝑻𝒓𝒖𝒕𝒉 𝑶𝒓 𝑳𝒐𝒗𝒆?✦/≦

𝑳𝒂𝒄̧𝒐𝒔 𝒆 𝑪𝒐𝒓𝒓𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔

[~{ 𝑆𝑎𝑚𝑦 𝑜𝑛 }~]

Eu acordo no dia seguinte sentindo o peso da noite anterior. Olho pela janela, esperando ver Charlie, mas tudo o que vejo é o céu nublado. Minhas lembranças ainda estão turvas, e o cansaço continua latejando, como se estivesse preso dentro do meu próprio pesadelo.

Um pouco depois, ouço meu pai chamando da sala. Eu me levanto, ainda com a mente perturbada, e desço as escadas. Assim que entro na sala, vejo meu pai conversando com uma mulher que reconheço imediatamente. Laury, minha mãe. Eles estão separados há anos, e embora ela não fosse tão controladora quanto ele, não posso dizer que tenha sido a melhor mãe. Minha presença é notada, e ambos me olham como se eu fosse o tópico principal de uma reunião de negócios.

- Ah, finalmente. Podemos começar?

Nick diz, cruzando os braços e me observando com aquele olhar crítico que eu conheço bem.

Eu sento no sofá e cruzo os braços, sentindo meu estômago revirar. Laury tenta sorrir, mas é um sorriso vazio, e o olhar dela evita o meu. Ela suspira e fala, como se recitasse um discurso que já havia ensaiado.

- Samy, nós dois nos preocupamos com você, e achamos que, talvez, seja hora de você voltar para o caminho que planejamos.

Sinto a irritação subindo pela minha espinha, mas antes que eu pudesse reagir, Nick interrompe, mais direto:

- Você vai voltar a trabalhar com os Vees. O contrato está quase pronto.

- Trabalhar com os Vees? Vocês só podem estar brincando!

Respondo, com um tom de voz que mal consigo controlar.

Eu olho para minha mãe, esperando que ela ao menos tente ser razoável, mas tudo que ela faz é me observar com uma expressão de preocupação que parece mais ensaiada do que genuína.

- Nós já conversamos com eles. É uma oportunidade única, filho.

Ela diz, enquanto meu pai assente em concordância.

Minha raiva cresce a cada palavra. Eles não estão fazendo isso por mim. Estão fazendo isso por eles, para satisfazer seus próprios desejos e me moldar conforme suas expectativas.

- Eu não quero ser cantor! Eu nunca quis. Vocês nunca me ouviram!

Grito, me levantando e encarando os dois.

Nick levanta as sobrancelhas, com um olhar que mistura surpresa e desdém.

- Isso não é sobre o que você quer, Samy. É sobre o que é melhor para você. E nós sabemos o que é melhor.

Ele se aproxima, a voz grave e controladora. Minha mãe tenta intervir, colocando a mão no ombro do meu pai.

- Vamos dar espaço para que ele fale...

Começa ela, mas meu pai a corta com um gesto impaciente.

- Ele já falou demais. É nosso trabalho como pais tomar essas decisões!

Ele diz, sem sequer olhar para ela. Sinto minhas mãos tremendo de raiva, mas tento me manter firme.

- Vocês não sabem nada sobre mim. Vocês nunca souberam. Não sou um brinquedo para manipular conforme a vontade de vocês!

Digo, apontando para eles. Laury suspira e parece querer dizer algo, mas Nick a impede mais uma vez.

- Você vai fazer o que nós decidimos, Samy. Quer você goste, quer não. Essa fase rebelde tem que acabar agora.

Eu não aguento mais. Cada palavra é como uma facada, cada olhar de desdém deles é como uma corrente me amarrando. Sem dizer mais nada, eu me viro e subo as escadas correndo. Atrás de mim, ouço a voz de meu pai gritando, mas não me importo. Fecho a porta do meu quarto com força e me jogo na cama, o peito subindo e descendo rapidamente.