A Taverna Do Vampiro - Livro 1

Tragédias

Leiam as notas finais por favor! Boa leitura~

Uma vez me lembro de ir a um enterro, foi o primeiro e único que fui, me lembro de mamãe me vestindo de preto, seus olhos estavam inchados como se tivesse chorado a noite inteira, ela não dizia nada, nunca pensei em ver minha mãe tão quieta como naquele dia.

Depois de me vestir, saímos de casa e horas depois me lembro de seguirmos algumas pessoas, todos estavam de preto como nós, a nossa frente estava um caixão que era erguido por alguns homens de terno que pareciam estar marchando. Calados. Eu segurava a mão de papai e mamãe estava ao seu lado, ela usava um chapéu com um véu que cobria seu rosto, me lembro de pensar "por que ela está cobrindo seu rosto assim?", minha vó materna que seguia a nossa frente também usava um véu parecido, era a que mais estava chorando ali.

Eu tinha 5 anos quando isso aconteceu, lembro do dia estar mais cinza do que costumava ser, parecia que a qualquer momento iria cair uma tempestade e de fato caiu, mas só depois do enterro, assim que o enorme caixão foi colocado naquele buraco e tapado por um monte de terra, era como se os céus lamentassem por aquilo e estivessem tentando tirar aquela terra de cima do caixão.

Depois, todos seguimos para a casa de meus avós, me lembro de ir até a sala procurar meu avô, ele provavelmente estaria sentado em sua poltrona ao lado da lareira, com seus óculos e seu jornal em mãos, pronto para ler as notícias da semana. Mas...ele não estava lá.

Perguntei para vovó onde ele estava, eu era tão inocente naquela época, ela me olhou com um semblante abatido, seus olhos voltaram a lacrimejar e eu me senti ainda mais confuso, meu pai me pegou no colo e começou a dizer enquanto me levava para o quarto, que o vovô não estava mais ali.

Me lembro de encostar a cabeça em seu ombro e perguntar onde ele estava pois eu queria muito vê-lo, então papai, assim que chegou ao último degrau da escada, antes de virar para o quarto onde eu iria ficar e parou para me olhar, os olhos mais vazios que eu já tinha visto em toda minha pequena vida, me lembro de sua única frase antes de um raio passar em frente a janela, fazendo um enorme clarão que iluminou seu rosto triste.

"O vovô morreu filho, ele nunca mais vai voltar..."

[...]

Não acompanhei Taehyung para o reino monstro, senti que não devia, tanto ele como os empregados monstros foram para lá o que resultou em eu praticamente sozinho naquela casa enorme por uma semana inteira.

Durante esse tempo, não tive noticias dele, nem de ninguém. Foi solitário, me senti como a 1 ano atrás, percebi então que já havia me acostumado com a presença barulhenta de Tae e como não tive um momento de sossego desde que o conheci, também percebi o quanto ele me fazia falta.

aquela semana passou mais lento do que pensei que passaria e a cada dia eu me sentia mais ansioso, como podia ter me apegado tanto a ele? Talvez o fato de não ter noticias fosse o que mais me deixava desse jeito.

nesse tempo a taverna ficou fechada então precisava me manter distraído o máximo de tempo possível. Treinei esgrima, li livros da biblioteca, me arrisquei em cozinhar alguma coisa nova e até que não ficou tão ruim, mas mesmo fazendo tudo isso, não conseguia tirar Taehyung da cabeça.

mas as coisas pioraram uma semana depois.

Taehyung não voltou para casa, ele apenas mandou um recado por Olívia dizendo que estava bem e que voltaria logo, perguntei o que estava acontecendo mas ela disse não saber, o que foi o bastante para me deixar mais inquieto do que já estava.