🤎 10 🤎

51 13 38
                                    

Boa Leitura!

“Quanto maior é a sede, maior é o prazer em satisfazê-la.”

~ Dante Alighieri

🤎 JIMIN 🤎

     Já era esperado que o final de semana fosse se resumir em um verdadeiro inferno, todos da família tem total consciência de que meus tios e primos simplesmente odeiam minha existência. Não sei dizer se são reflexos do ódio que também sentem por meu pai, ou apenas a voz óbvia do preconceito que nutrem contra pessoas de padrões distintos dos europeus.

     Perla literalmente age como se fosse a princesa de Florença, é a forma que meus tios são tratados e acolhidos pela comunidade local, o que reflete na popularidade da garota em qualquer ambiente que frequente. Embora meus pais sejam aceitos e tratados igualmente pelos habitantes locais, certo tipo de tratamento não se estende a mim em algumas ocasiões.

     Os mais antigos dizem abertamente que eles deveriam ter adotado alguém do próprio país, outros deixam bem evidente que não é justo alguém que não pertença ao mesmo sangue receba parte da herança. Eu nunca fiz questão de nada deixado por meu avô, mas não abri mão das coisas que recebi só para tranquilizar o ego das pessoas mesquinhas que vivem me julgando.

     Agem como se eu fosse indigno, quando são os próprios filhos que desejaram incessantemente sua morte, até que ela veio.

     Foi na leitura do testamento que passei a admirar ainda mais meu avô, quando fez a partilha conforme contribuição de cada herdeiro. Obviamente meu pai ficou com setenta por cento de tudo, enquanto meus tios amargaram na divisão do que restou eu coube a eles.

     Depois de tanto tempo sem ver Perla, ouso dizer que entendo a razão de seu ódio ter triplicado. Desde que meu pai assumiu e reestruturou os empreendimentos de nossa família, as retiradas de lucros por parte dos meus tios foram reduzidas às porcentagens de ações que recebiam, e nem todos eles estavam preparados para uma mudança significativa de seus luxos mensais.

     Na última noite, após o jantar, Perla esperou nossa avó ir deitar para me importunar. Nem mesmo as ameaças de Mia foram capazes de pará-la, e depois que meus amigos dormiram, não consegui ficar mais tempo ali.

     Busquei refúgio junto às memórias do meu avô, e acabei despertando a atenção que não desejei. Pelo menos o guarda-costas foi respeitoso, embora tenha me instigado a buscar por respostas sobre minhas origens, coisa da qual também fui privado por meus pais.

     Senti em poucas palavras que tenho um aliado, sua forma de agir me passou uma segurança que nenhum outro funcionário da mansão foi capaz de me passar. Sei que devo desconfiar de sua boa vontade, mas o desejo de descobrir informações sobre mim se tornou bem maior que ficar estagnado por medo.

     Após o episódio com Perla, ela não voltou a me importunar. Hikari ficou próximo desde que acordei, e por alguma razão todas as piadinhas de minha prima morriam antes mesmo de serem proferidas, bastava apenas um olhar mais sério vindo do meu guarda-costas.

     Mia observou todo aquele cenário sem dizer uma palavra, mesmo que o comportamento defensivo do funcionário tenha ultrapassado a linha em alguns instantes. Hikari levou em consideração a missão imposta para si, e curiosamente passou a enxergar meus primos como potenciais inimigos.

     – Acho que seu pai fez um ótimo negócio ao contratar o bonitão. – disse Mia, ou melhor, sussurrou próximo ao meu ouvido para que Hikari não pudesse nos ver. – Ele gostou do que viu, não tirou os olhos de mim desde que mergulhei na piscina.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

BELLO 🤎 JIKOOK Onde histórias criam vida. Descubra agora