━━━━━━━━ 𝗦𝗼𝗽𝗵𝗶𝗲 𝗩𝗲𝗿𝘀𝘁𝗮𝗽𝗽𝗲𝗻 só queria celebrar a vitória do irmão, Max Verstappen, no GP da Holanda. Mas uma conversa inesperada com 𝗢𝘀𝗰𝗮𝗿 𝗣𝗶𝗮𝘀𝘁𝗿𝗶, o novato que cruzou a linha em segundo, vira a noite de ponta-cabeça. Entr...
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Era um daqueles dias em que o sol parecia querer dominar tudo. Não que eu reclamasse ─ afinal, sempre gostei da energia do verão. E ainda melhor: era nossa folga. Depois de tanto tempo entre o asfalto e o box, a ideia de um dia fora da rotina era exatamente o que eu precisava. Mas claro, Oscar apareceu com uma proposta ainda mais ousada do que eu esperava.
──── Vamos dar uma volta? ─ ele perguntou, os olhos brilhando com aquela típica expressão enigmática.
Suspirei, já sabendo que isso significava que alguma ideia pouco convencional estava em sua mente. Se eu já sabia disso? Óbvio. Se ia recusar? Claro que não.
Minutos depois, estávamos em uma estrada deserta, com o vento forte batendo no rosto e Oscar acelerando como se fôssemos fugir de alguma coisa. Ele estava ao volante, concentrado, mas com um sorriso tranquilo que deixava claro o quanto ele gostava daquela liberdade. Eu sabia que podia confiar na condução dele ─ o controle era natural para ele, como se guiar fosse uma extensão da própria essência.
E eu adorava isso.
──── Gostando da velocidade? ─ ele perguntou, quase gritando para se fazer ouvir no barulho do vento.
Soltei uma risada, inclinando a cabeça para sentir o ar batendo com mais força.
──── Achei que você fosse mais conservador, Piastri ─ provoquei, deixando minha voz soar leve.
Ele apenas riu, mantendo os olhos na estrada, e pisou um pouco mais no acelerador. De repente, senti a liberdade pulsando junto com a vibração do motor, a estrada passando rápido e o horizonte aberto à nossa frente. Eu não queria saber onde estávamos indo; o que importava era o agora.
A paisagem parecia desfilar por nós, e eu tive uma súbita vontade de colocar a cabeça para fora da janela, como se pudesse abraçar o vento. Olhei para ele, que percebeu meu olhar, e apenas sorriu, como se já soubesse o que eu estava prestes a fazer.
Com um movimento impulsivo, estiquei o braço para fora da janela e senti o vento correr entre meus dedos, criando uma espécie de corrente invisível. Fechei os olhos por um momento, absorvendo a sensação de liberdade que poucas coisas na vida conseguiam proporcionar.
──── Ei, Verstappen, tá tentando voar? ─ ele brincou, mantendo o tom casual mas com um sorriso de canto que mostrava que estava se divertindo.
Abri os olhos e o encarei, sem perder o sorriso.
──── E se eu estiver? ─ rebati, cheia de energia.
Ele apenas balançou a cabeça e riu, como se estivesse acostumado a lidar com minha “falta de limites”. E talvez estivesse. Mas o que ele não sabia era o quanto aquilo era raro para mim ─ o quanto era raro encontrar alguém com quem eu pudesse ser eu mesma, sem me preocupar com regras ou expectativas. E a cada quilômetro que passava, eu sentia isso ainda mais forte.
A certa altura, ele diminuiu a velocidade e parou o carro em uma pequena elevação. Quando saímos, o ar estava mais fresco, e a vista lá de cima era espetacular. A cidade parecia pequena, distante, e a brisa corria solta ao nosso redor.
Oscar me olhou e sorriu, como se dissesse que aquela paisagem era a nossa pista agora.
──── Gostou do passeio? ─ perguntou, cruzando os braços e me observando com aquela tranquilidade que ele carregava sempre.
Eu sorri, sentindo o cabelo bagunçado pelo vento, e balancei a cabeça.
──── Gostei. Mas achei que fosse mais emocionante ─ provoquei, erguendo uma sobrancelha.
Ele riu, sabendo que eu estava apenas brincando.
──── Você é sempre tão exigente? ─ questionou, o olhar azul desafiador.
Suspirei e dei um passo em direção à borda da elevação, sentindo o vento bater mais forte e deixando o silêncio responder por mim. Ao meu lado, Oscar estava quieto, mas era aquele tipo de silêncio confortável, onde as palavras não eram necessárias. Senti o olhar dele sobre mim, mas ao invés de me virar, apenas continuei encarando a paisagem, absorvendo cada segundo daquele momento.
──── Acho que o que você queria mesmo era sair da pista ─ ele disse, finalmente quebrando o silêncio.
Concordei, mantendo os olhos no horizonte.
──── E você? Não se cansa de tanto controle, Piastri?
Ele deu de ombros, olhando para a estrada abaixo como se estivesse em um diálogo particular com ela.
──── Acho que o controle me dá a liberdade que eu preciso ─ respondeu.
Revirei os olhos, rindo.
──── Isso é tão típico de você ─ brinquei.
Ele sorriu, parecendo achar graça na minha provocação, e deu alguns passos para mais perto da borda, respirando fundo e deixando o vento levar o cabelo para trás.
Por um instante, ficamos em silêncio outra vez, só nós e o vento.
