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O sol mal nasceu, e meu celular já começou a vibrar sem parar na mesinha ao lado

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O sol mal nasceu, e meu celular já começou a vibrar sem parar na mesinha ao lado. Tá bom, o sol nascer é exagero… são umas dez da manhã e eu tô num estado deplorável, mas isso é detalhe.

── Meu Deus, que barulho é esse? ── murmuro, com os olhos ainda fechados enquanto procuro o celular pela cabeceira.

Apanho o telefone com a vista embaçada e percebo que é uma notificação do Instagram. Primeiro, um pedido de amizade de… Oscar Piastri? Ótimo, é oficial. O australiano debochado me encontrou no mundo virtual. Reviro os olhos, mas aceito. Quase que instantaneamente, chega uma mensagem.

── E aí, Sophie Verstappen, sobreviveu à festa? ── diz a mensagem.

Eu me sento na cama, coçando a cabeça e rindo. Ele não perde tempo.

── Acha que uma holandesa como eu não sobrevive a uma festa da própria vitória? ── respondo, tentando fingir o máximo de confiança. Em menos de um segundo, ele já replica.

── Bom, eu vi você quase dormindo no sofá lá pelas duas da manhã…

── Dormindo? Tava meditando, pra ter energia pra comemorar mais ── retruco, já me divertindo com o vai-e-vem de provocações.

Dou uma espiada no perfil dele, como quem não quer nada. Vejo algumas fotos dele com aquele capacete estiloso, os braços cruzados, cara de piloto sério. Mas a maioria das fotos é dele fazendo alguma careta, provocando o pessoal da equipe, ou com legendas sarcásticas. Oscar Piastri é um meme ambulante e nem tenta disfarçar.

E então ele me manda outra mensagem.

── Bom, na próxima vitória sua, eu trago um energético. Porque, vou te falar, achei que você ia precisar de uma ambulância na festa de ontem.

── E eu achei que ia ter que te ensinar como comemorar um pódio direito ── respondo, agora rindo de verdade.

── Pode ensinar na próxima festa, então. Mas só se eu levar o troféu de primeiro lugar, senão não vale.

Sorrio. Tem alguma coisa nessa conversa fácil que é muito boa. A última coisa que eu pensei era em trocar mensagens com o novato da F1 no dia seguinte, mas aqui estamos.

Ele manda mais uma.

── E o Max? Já acordou ou ainda tá no décimo sono?

── Ele tá acordado. Ou… bom, espero que esteja. O Max depois de uma vitória é tipo um urso que entrou em hibernação.

Oscar responde com um emoji de risada.

── Bem, pelo menos ele não ronca igual ao engenheiro da minha equipe.

Dou risada sozinha, imaginando o engenheiro do Oscar tirando uma soneca no meio do pit-stop. A conversa flui, como se fosse uma piada interna entre nós. E enquanto isso, mensagens de alguns amigos e até da família vão pipocando no meu celular, mas eu deixo todas elas pra depois. Tô mais interessada na sessão de piadas matinais com Piastri.

Aí ele manda outra mensagem inesperada:

── Ei, que tal um café? Sem capacete e sem público. Só eu e a sua habilidade impressionante de "meditar" nas festas.

Dou risada. Que audacioso, esse cara. Mas não posso negar, a ideia não é nada má.

── Ok, mas com uma condição ── digito.

── Manda.

── Se você me contar qual é o truque pra entrar no paddock com aquela cara de piloto sério e depois sair como o "engraçadinho" da festa.

Ele manda uma mensagem rapidinho.

── Fechado. Mas só se você me ensinar a “meditar” melhor na próxima festa.

Percebo que tô sorrindo pro celular como uma boba, mas quem liga? Sinto que, de alguma forma, essa amizade inesperada com Oscar é o tipo de "curva" que eu quero enfrentar mais vezes.

𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒 𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐁𝐄𝐍𝐄𝐅𝐈𝐓𝐒, Oscar PiastriOnde histórias criam vida. Descubra agora