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Entre mim e Oscar, sempre houve uma linha fina e traiçoeira

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Entre mim e Oscar, sempre houve uma linha fina e traiçoeira. Às vezes, nossa dinâmica era fácil, divertida, do tipo que tornava qualquer situação leve. Mas, em outras ocasiões, parecia que estávamos em lados opostos de uma pista de corrida, competindo para ver quem ultrapassava quem. E eu não sabia se isso era algo para temer ou aproveitar. Ou talvez os dois.

Naquele dia, ele tinha me desafiado para um treino “casual” ─ embora nada com ele fosse casual. Quando se tratava de Oscar, mesmo um passeio no pit lane parecia vir com um toque de competição, o que fazia parte do seu charme. Mas isso também me deixava constantemente alerta, como se precisasse estar um passo à frente.

Nos alinhamos para a largada, e ele me lançou um olhar rápido, aquele sorriso disfarçado surgindo nos lábios. Ele parecia tranquilo, mas eu sabia que, de alguma forma, estava provocando.

──── Pronta pra perder hoje, Verstappen? ─ ele disse, com a voz cheia de confiança.

Revirei os olhos, mas o sorriso me escapou.

──── Sabe que a última palavra é sempre minha, Piastri ─ rebati, ajustando o capacete.

O sinal de partida acendeu, e em um instante, estávamos em velocidade máxima. Eu podia sentir o motor vibrando sob mim e, ao mesmo tempo, a presença dele bem perto, como uma sombra. Ele não me dava um segundo de folga, e logo percebi que Oscar estava forçando os limites, alternando a pressão e tentando prever meus movimentos. Era como uma dança tensa, onde ele tentava ver até onde eu ia e eu tentava ir ainda mais além.

Eu acelerava cada vez mais, focada em cada curva, em cada ponto de ultrapassagem que ele tentava bloquear. Oscar era implacável; suas manobras eram precisas, quase calculadas demais. E isso me irritava um pouco ─ mas me fazia querer vencer ainda mais.

Na terceira volta, ele finalmente conseguiu me ultrapassar, e isso só aumentou minha determinação. Eu podia ver o carro dele mais à frente, e uma ideia começou a se formar na minha mente. Na próxima curva, esperei até o último segundo e então girei o volante bruscamente, derrapando para o lado e usando a força da curva para ganhar velocidade. Passei por ele como um foguete, ouvindo meu próprio coração bater mais alto do que o motor. Naquela fração de segundo, soube que o tinha deixado surpreso.

Na última volta, segurei firme minha posição na liderança, acelerando até o limite, e cruzei a linha de chegada primeiro. Quando finalmente estacionei o carro, fiquei alguns segundos ali, respirando fundo, a adrenalina ainda percorrendo meu corpo. Vitória. Não importava que fosse um treino ─ qualquer disputa entre nós dois sempre importava.

Quando tirei o capacete, vi que ele tinha estacionado ao meu lado, me observando com uma expressão que era difícil de decifrar. Em vez de estar irritado por ter perdido, ele parecia genuinamente satisfeito. E aquilo me desarmou.

──── Boa corrida, Verstappen ─ disse ele, com uma sinceridade que me pegou de surpresa.

Eu o encarei, sem saber se ele realmente estava falando sério ou se era só mais uma provocação. Com Oscar, eu nunca sabia.

──── Está admitindo que eu ganhei? Isso é raro vindo de você ─ brinquei, cruzando os braços.

Ele deu de ombros, com um sorriso sereno que não revelava nada além do que ele queria.

──── Vamos dizer que foi um bom desafio ─ respondeu.

Soltei uma risada leve, mas senti algo me incomodando. Oscar tinha o dom de me desconcertar e, ao mesmo tempo, deixar tudo parecer um mistério. Como se eu estivesse sendo guiada por um mapa que ele próprio desenhava enquanto caminhávamos.

Respirei fundo, tentando colocar os pensamentos em ordem, e finalmente olhei para ele com mais seriedade.

──── Ok, Piastri, então vamos esclarecer uma coisa. Qual é o nosso lance? Amizade? Rivalidade? Porque, pra ser sincera, você me deixa completamente confusa.

Ele me olhou por um momento, como se estivesse considerando a pergunta, e finalmente deu aquele sorriso enigmático que eu já começava a reconhecer.

──── E por que não os dois? ─ respondeu, como se fosse óbvio.

A resposta dele ficou no ar por alguns segundos, e eu soube que era uma resposta típica de Oscar ─ um pouco evasiva, mas honesta. Revirei os olhos, mas não pude deixar de sorrir.

──── Típico de você ─ murmurei, voltando a cruzar os braços. ─ Nunca responde diretamente.

Ele deu um passo para o lado, encostando-se no carro, e me observou com um olhar de quem estava se divertindo.

──── Talvez porque acho mais interessante assim. Você gosta da disputa, eu gosto do desafio. Combinação perfeita, não?

Soltei um suspiro, ainda meio desconfiada, mas ele tinha um ponto. De alguma forma, essa mistura de amizade e rivalidade com Oscar tinha um jeito especial. Estar com ele me fazia sentir mais viva, como se eu estivesse em uma constante corrida em alta velocidade ─ e talvez eu gostasse disso mais do que estava disposta a admitir.

Ele se afastou do carro e me ofereceu a mão, em um gesto que parecia uma trégua temporária.

──── E então, quer comemorar sua vitória? ─ perguntou, com o mesmo sorriso de sempre.

Olhei para ele por um momento, tentando decifrar o que realmente significava essa proposta. Mas, no final, decidi que talvez fosse melhor não pensar muito. Soltei uma risada, pegando a mão dele, e percebi que, no fundo, gostava dessa montanha-russa que era nossa relação. Com Oscar, as linhas nunca eram claramente definidas ─ mas talvez, isso fosse o que tornava tudo ainda mais interessante.

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⏰ Última atualização: Nov 14 ⏰

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𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒 𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐁𝐄𝐍𝐄𝐅𝐈𝐓𝐒, Oscar PiastriOnde histórias criam vida. Descubra agora