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── Bem-vindo ao meu território, Verstappen! ─ brinquei, com um sorriso satisfeito, ao ver Sophie vestindo o capacete e ajeitando as luvas

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── Bem-vindo ao meu território, Verstappen! ─ brinquei, com um sorriso satisfeito, ao ver Sophie vestindo o capacete e ajeitando as luvas. O kartódromo estava praticamente vazio, e isso tornava tudo mais divertido. Menos público, menos distrações. Mais adrenalina.

A ideia desse passeio no kartódromo surgiu de um impulso meu, como quase tudo na minha vida. Eu queria provocar, e queria ver até onde ela iria com a provocação. E ela aceitou, quase que sem piscar. Na verdade, acho que Sophie gostou mais da ideia do que eu imaginava. Certamente mais do que uma pessoa “normal” aceitaria.

Mas, a essa altura, Sophie Verstappen tinha ficado muito longe da categoria “normal”.

── Achei que você iria querer algo mais… seguro, Piastri ─ ela retrucou, ajustando o capacete com uma confiança irritante, e um sorriso que insinuava que ela estava plenamente no controle.

Claro, ela estava provocando. Era o que ela fazia melhor, aliás.

── Ah, segurança nunca foi meu forte ─ repliquei, já entrando no meu kart ─ E achei que uma Verstappen já nascia pronta para correr qualquer risco.

Ela riu, um som leve e sem nenhum traço de hesitação, e entrou no kart ao lado do meu. A pista era nossa, e o frio na barriga só aumentava a sensação de que aquilo não era apenas uma “disputa amistosa”. Entre nós, nada era amistoso. A linha entre o desafio e o flerte estava mais tênue do que nunca.

O sinal foi dado, e partimos. Sophie disparou na frente, como eu já imaginava, e me deixou comendo poeira por uns bons segundos. Típico. Ela era do tipo que adorava surpreender e depois dar aquela risadinha confiante, que era ao mesmo tempo provocação e elogio velado.

Tomei impulso e passei a acelerar. Se Sophie queria provocar, eu também sabia o caminho das pedras.

Ela estava na minha frente, mas eu podia sentir que estava se divertindo com a perseguição. E estava mesmo, porque quando cheguei mais perto, ela desviou para o lado direito, como se quisesse me deixar passar… mas não sem dificultar as coisas, claro.

── Vai ficar só na retaguarda, Oscar? ─ gritou por cima do barulho dos motores, com uma risada quase desafiadora.

── Estou te dando uma vantagem. Só por educação! ─ gritei de volta, rindo. Mas, na próxima curva, dei uma acelerada e consegui igualar o kart dela. O sorriso que ela me deu então foi suficiente para deixar claro que estávamos no mesmo jogo.

Sophie então deu uma virada brusca, quase me cortando. E eu sabia que era intencional. Isso só me deu mais vontade de provocar.

── Isso é tudo que você tem, Verstappen? ─ brinquei, tentando desviar dela e, ao mesmo tempo, me mantendo próximo o bastante para ela saber que eu estava no páreo.

── Talvez eu só esteja te testando ─ disse, desviando de novo para a direita e tentando me fazer perder o controle. Uma jogada arriscada. Típico de uma geminiana.

A disputa continuou assim, curva após curva, ultrapassagem após ultrapassagem. Em alguns momentos, eu estava na frente. Em outros, ela. Mas o que mais chamava minha atenção era a maneira como Sophie se movia na pista: rápida, imprevisível e divertida. Ela dirigia como quem não tinha nada a perder e, ao mesmo tempo, queria ganhar todas as “pequenas vitórias” no meio do caminho.

De repente, em uma reta, ela diminuiu a velocidade, como se estivesse me esperando. Estava brincando comigo. Claro.

── Está se cansando, Sophie? ─ provoquei, passando por ela com a maior tranquilidade possível.

Mas Sophie não respondeu. Apenas acelerou de novo, em um timing perfeito para me ultrapassar logo em seguida, jogando uma nuvem de poeira no meu rosto. É, eu definitivamente subestimei a capacidade dela de ser imprevisível.

Finalmente, depois de mais algumas voltas de pura provocação, ambos cruzamos a linha de chegada, quase ao mesmo tempo, e paramos os karts lado a lado. Ela tirou o capacete, com os cabelos ligeiramente bagunçados e um sorriso vitorioso. Sem fôlego, mas com aquele brilho no olhar, ela se virou para mim.

── Gostou da aula? ─ perguntou, com uma calma que desafiava qualquer lógica.

── Aula? ─ dei uma risada ─ Sophie, isso aqui foi só o aquecimento. A aula eu dou depois ─

Ela riu, como se já esperasse por essa resposta. E, honestamente, eu sabia que ela sabia que eu iria dizer isso.

── Então quer dizer que ainda tem algumas curvas pra me mostrar? ─ desafiou, sem perder o humor.

Eu dei de ombros, com um sorriso ─ Vai ter que esperar pra ver.

𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒 𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐁𝐄𝐍𝐄𝐅𝐈𝐓𝐒, Oscar PiastriOnde histórias criam vida. Descubra agora