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── O ronco dos motores é a música mais alta do universo

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── O ronco dos motores é a música mais alta do universo. Juro. Eu mal consigo ouvir meus próprios pensamentos e, honestamente, também não preciso. Não com Max no grid, largando em primeiro lugar na nossa casa, em Zandvoort.

Assim que as luzes se apagam, o circuito vira um caos. Max dispara como se tivesse sido lançado por uma catapulta, e a torcida vai ao delírio. É uma avalanche de laranja e gritos; quase não dá pra ver nada além de fumaça e bandeiras. E eu ali no meio, de olhos arregalados e coração disparado. Admito, ver meu irmão correndo aqui, onde tudo começou, me deixa orgulhosa pra caramba.

Nas primeiras voltas, Max mantém a liderança sem muitos problemas. Tá na cara que ele nasceu pra isso. Até consigo ver de onde estou a precisão absurda com que ele entra nas curvas. Mas então o rádio começa a pipocar com as estratégias de pit-stop, e as coisas começam a ficar interessantes. Oscar Piastri, que até então estava brigando ali no pelotão intermediário, começa a subir de posições. Quem diria, hein? O novato tá se mostrando mais esperto do que eu imaginava.

── Vai, Max, ── murmuro, com os punhos fechados.

Na metade da corrida, Max e Oscar estão liderando com uma diferença bem apertada. Esse é o tipo de coisa que faz meu coração quase sair pela boca. E dá pra ver que o Max tá começando a sentir a pressão. Oscar é persistente e claramente não tá nem um pouco a fim de deixar a vitória fácil.

── Caramba, Piastri, não vai facilitar pra gente não? ── murmuro, apertando as mãos nos braços da cadeira.

As voltas finais são um verdadeiro show. Max consegue manter a ponta com uma agressividade controlada que só ele tem. A torcida tá completamente alucinada; parece que estamos no meio de um terremoto, de tanto que o chão treme. Oscar cola no Max como uma sombra, mas no final, Max consegue cruzar a linha em primeiro. O público explode numa euforia que parece contagiar até o céu cinza e nublado da Holanda. Oscar cruza em segundo lugar, mas o sorriso no rosto dele mostra que ele tá mais do que satisfeito.

── Vitória do Verstappen! ── o locutor grita, e o som ecoa por todo o circuito.

Depois de toda a comemoração na pista, vamos pra festa oficial do pós-GP. E é aí que as coisas começam a ficar realmente divertidas.

── Sophie, você tá indo pra festa com a gente? ── Max pergunta, suado, exausto, mas claramente empolgado.

── Claro, né? Achei que nunca fosse perguntar! ── brinco, dando um soquinho no ombro dele.

Seguimos pra festa, e tudo lá é grandioso e exagerado, como só a F1 consegue fazer. O som tá alto, e tem bebida pra tudo quanto é lado. Eu me jogo no sofá da área VIP e tento aproveitar o momento, mas minha cabeça ainda tá cheia da corrida. E é aí que vejo Oscar entrando, e dou uma risadinha.

── Vem cá, Sophie, você viu o Oscar Piastri? ── Max pergunta do nada, com o tom de quem já tá meio alto.

── Vi sim, Max. Ele ficou em segundo, lembra? ── ironizo.

Oscar se aproxima da gente com aquele sorriso no rosto, e Max se vira pra ele, já com a típica postura de campeão.

── Oscar, parabéns pelo segundo lugar, ── Max diz, levantando a cerveja como se fosse um troféu.

── Valeu, Verstappen. Mas tô de olho no primeiro. Vou roubar ele de você em breve, ── Oscar responde, numa boa, mas com uma pontada de provocação.

Eu dou uma gargalhada e estendo a mão pra ele.

── Sophie Verstappen, a irmã mais legal, ── digo, piscando.

── Oscar Piastri, o segundo mais rápido... por enquanto, ── ele responde, apertando minha mão com um sorriso malicioso.

O papo continua e, de alguma forma, eu e Oscar acabamos meio que isolados num canto. Ele é engraçado, e o sarcasmo só deixa as coisas mais divertidas. A cada piada, a conversa vai ficando mais leve e descontraída.

── Mas e aí, como é ser o "novo queridinho" da Fórmula 1? ── pergunto, provocando.

── Queridinho? Eu prefiro "lenda em construção", ── ele diz, rindo e dando de ombros.

── Calma aí, lenda, não se empolga muito não, ── rio, cruzando os braços.

Oscar gargalha e se aproxima um pouco mais, sem quebrar o contato visual.

── Sabe, Sophie, você tem um jeito estranho de me desafiar.

── E você tem um jeito meio charmoso de levar a sério, Piastri.

Ele inclina a cabeça, surpreso, e ri. Eu não sei o que tá acontecendo, mas, pela primeira vez, tô realmente interessada em ouvir alguém fora da bolha da F1. E não nego que tô gostando dessa conversa mais do que deveria. A noite tá esquentando, as luzes estão mais fracas, e antes que eu perceba, a gente tá rindo como se fossemos velhos amigos.

A noite só melhora, e eu acabo percebendo que talvez conhecer Oscar Piastri depois do GP da Holanda não tenha sido tão casual assim. Talvez esse novato tenha algo de interessante pra mostrar, dentro e fora das pistas.

𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒 𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐁𝐄𝐍𝐄𝐅𝐈𝐓𝐒, Oscar PiastriOnde histórias criam vida. Descubra agora