Capítulo Dix-Sept

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Era o começo de maio, e a primavera acabara de chegar

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Era o começo de maio, e a primavera acabara de chegar. O clima estava friozinho e úmido, devido à chuva que caíra na manhã daquele dia.

Ayano estava na horta do vilarejo, ajudando uma das senhorinhas a plantar algumas verduras. Ambas estavam em silêncio, pois nenhuma das duas entendia o idioma da outra.

Chloe se aproximou, com um sorriso gentil nos lábios. Usava luvas de jardinagem e um avental rosa florido para não sujar suas roupas.

— Pode ir descansar. Deixa que eu ajudo aqui. — Ela se agachou ao lado da senhorinha, falando em japonês para que Ayano pudesse entender.

— Ah, certo. — Ayano sorriu e se levantou. Suas costas já estavam doendo de tanto ficar agachada.

A senhorinha estava com os ouvidos atentos na conversa das duas, tentando pescar alguma coisa nas palavras, mas foi em vão, já que não entendia nada do que as duas estavam falando.

Ayano saiu das hortas e começou a caminhar lentamente pelo vilarejo, sentindo o frescor da primavera em seu rosto. O lugar, ainda tranquilo e simples, parecia estar em paz, ao menos por enquanto. Ela observava as crianças brincando perto do centro, algumas correndo e outras rindo, enquanto se afastava dos pequenos grupos. Era um cenário acolhedor, mas algo ainda a incomodava.

Foi quando seus olhos caíram sobre uma garotinha, sentada sozinha em um canto afastado, um pouco mais distante das outras crianças que brincavam alegremente. A menina estava agasalhada, com um casaco surrado e um capuz que cobria parcialmente seu rosto. Ela estava cabisbaixa, os ombros encolhidos, como se tentasse se esconder do mundo ao seu redor.

Ayano sentiu uma pontada de empatia. Ela se aproximou lentamente, sem fazer barulho, até estar ao lado da menina. Ao se aproximar, ela percebeu que a garotinha tinha uma expressão melancólica, distante.

— Oi... — Ayano disse suavemente, tentando chamar sua atenção.

A menina levantou o olhar tímido, e Ayano pôde ver seus olhos grandes, tristes, como se carregassem o peso de uma dor imensa. A garota parecia hesitar por um momento, mas então respondeu com uma voz baixinha:

— Oi... — ela olhou para o chão, sem saber muito bem o que dizer.

Ayano se agachou para ficar na altura dela e sorriu, tentando dar-lhe alguma sensação de conforto.

— Você está bem? — perguntou com calma, mas sua voz era carregada de preocupação.

A garotinha hesitou um pouco mais, e então, de forma quase inaudível, disse:

— É meu aniversário... — Ela olhou para o céu, como se as palavras fossem um peso que não podia mais carregar sozinha.

Ayano ficou em silêncio por um momento, absorvendo o que a menina disse. Ela olhou para o rosto delicado de Yami, observando como ela parecia tão pequena e vulnerável. O que mais a tocou foi o fato de que, apesar de estar em um dia que deveria ser especial para ela, a garotinha estava sozinha, sem os pais ao seu lado. Ayano sabia bem o que isso significava.

Blodreina; Manjiro SanoOnde histórias criam vida. Descubra agora