Após a prisão injusta de seu pai, Ayano Suzuki viu sua vida virar de cabeça para baixo. Determinada a expor a verdade e punir aqueles que destruíram sua família, ela embarca em uma jornada perigosa, onde o ódio e a vingança tornam-se suas guias.
Em...
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Emma estava rindo, mas o comentário fez Ayano pensar. Ela desviou o olhar, observando Baji de longe. Ele estava sentado, com um ar descontraído, mas a tensão no ar entre eles não passava despercebida. Mesmo que ele fosse divertido, a advertência de Emma ecoava em sua mente.
— Relaxa, só estou brincando. O Baji é um cara legal, só não se apaixone por ele — Emma continuou, voltando a dançar.
Ayano sorriu de volta, tentando ignorar a pontada de incerteza. Ela havia se permitido aproveitar a noite, mas não podia esquecer seu objetivo: descobrir quem era o misterioso autor dos bilhetes. Ela precisava manter o foco, mesmo que a atmosfera festiva estivesse a arrastando para uma distração perigosa.
— Eu vou no banheiro de novo, já volto — Ayano avisou Emma, que acenou distraída, perdida na música.
Ela deixou a pista de dança, tentando escapar da multidão que se aglomerava ainda mais à medida que a noite avançava. Ao caminhar em direção ao banheiro, sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Alguém a observava de novo, com aquela mesma intensidade que a havia perturbado antes.
Olhou discretamente para trás e o viu. Mikey, com sua fantasia ridícula de Chapeuzinho Vermelho, estava a encarando fixamente. A expressão no rosto dele era difícil de decifrar — uma mistura de curiosidade, desprezo e algo mais que ela não conseguia entender.
Ayano parou de andar e os olhares dos dois se cruzaram por um momento que pareceu durar uma eternidade. O coração dela acelerou, e ela sentiu o ar faltar. Mikey não desviou o olhar, mantendo aquela postura fria e impenetrável. O desconforto que ela sentia ao ser encarada por ele aumentava, mas ao mesmo tempo, algo a puxava para ele, como se houvesse uma conexão antiga entre os dois que ela não conseguia lembrar.
Finalmente, Mikey se levantou, quebrando o momento tenso. Ele caminhou lentamente em sua direção, os passos firmes e decididos. O coração de Ayano batia acelerado, e ela não sabia se deveria fugir ou enfrentar aquele olhar.
— Você não deveria estar aqui — disse ele, com a voz baixa e cheia de significados ocultos.
— Como assim? — Ayano retrucou, erguendo o queixo com confiança, mas sentindo as pernas tremerem levemente.
— Esse não é o seu lugar. — Mikey se aproximou ainda mais, invadindo seu espaço pessoal de uma forma que a fez recuar um passo. — Tem algo em você... que me incomoda.
Ayano franziu o cenho, confusa e levemente irritada pela postura de superioridade dele.
— Se eu te incomodo tanto, por que você continua me encarando?
Mikey não respondeu imediatamente. Seus olhos a percorreram de cima a baixo, como se ele estivesse analisando cada detalhe, tentando ler sua alma.
— Você não sabe com o que está mexendo — ele finalmente disse, a voz baixa, mas carregada de uma tensão palpável.